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Presidente da FPF diz que CBF pode cancelar jogos em Pernambuco por falta de policiais no gramado

Evandro Carvalho afirma que o estado é o único no Brasil onde a força pública está na arquibancada, contrariando lei federal

postado em 20/10/2021 13:04 / atualizado em 20/10/2021 19:02

<i>(Foto: Rafael Vieira/Esp. DP Foto)</i>
Atualizado às 19h02 com o posicionamento da Polícia Militar de Pernambuco.
 
Após os incidentes ocorridos na Arena de Pernambuco ao término do jogo entre Santa Cruz e Floresta, com invasão de campo, agressões e danos ao patrimônio, o presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF) Evandro Carvalho, afirmou que a CBF pode cancelar todas as partidas de futebol profissional no estado. 

Segundo o mandatário, houve o descumprimento de uma lei federal que prevê que o policiamento esteja dentro de campo de jogo e não na arquibancada, como acontece nos estádios de Pernambuco. Em nota enviada ao Diario de Pernambuco nesta tarde, a Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) rebateu a fala do presidente da FPF. 

Em entrevista ao programa Momento Esportivo, da Rádio Clube de Pernambuco, Evandro explicou o caso. “Hoje pela manhã mesmo já tive contato com o governo do estado. Não se justifica o que ocorreu ontem, a polícia não estar dentro de campo. Isso é um absurdo. Nós somos o único estado do Brasil hoje que a polícia criou um plano de trabalho que ela fica na arquibancada e não dentro de campo”.

“Estou muito preocupado”, prosseguiu, “fui convocado agora para uma reunião, a CBF está na iminência de cancelar todos os jogos de Pernambuco enquanto não houver uma definição e o cumprimento da Polícia do que determina a lei federal que diz que a força pública tem que estar em campo. E estar em campo diz estar dentro do campo, não é estar lá em cima na arquibancada. Ontem teve gente ferida, poderia ter ocorrido uma morte, tivemos dano, cadeira quebrada e a polícia demorou 20 minutos para descer da arquibancada e chegar dentro de campo. Isso é inconcebível”, disparou o presidente. 

O mandatário afirma que acionará a Justiça para que o policiamento cumpra o que determina a lei (sobre a força pública estar literalmente dentro de campo) e relembrou o jogo entre Náutico e Paysandu, na Série C de 2019, onde precisou acionar a esfera judicial para determinar presença policial. 

“Eu vou fazer uma representação dura hoje, já vou entrar na Justiça inclusive amanhã com um novo mandado de segurança para poder exigir o cumprimento da lei federal que é a presença da polícia dentro de campo […] Inclusive, existe um mandado de segurança que foi impetrado, você lembra na final do Náutico com o Paysandu (na verdade, foi nas quartas de final), que a polícia não queria ir para campo e foi necessário uma ação judicial que determinasse a sua ida”, concluiu. 

Na tarde desta quarta-feira (20), entretanto, a Polícia Militar de Pernambuco, em comunicado enviado ao Diario de Pernambuco via assessoria de imprensa (leia abaixo), informou que seguiu o protocolo acordado entre o Santa Cruz e a instituição. 

Assim, de acordo com a PMPE, a segurança do jogo válido pela pré-Copa do Nordeste, ao contrário do que foi dito por Evandro Carvalho, foi ‘compartilhada’ entre uma equipe de segurança privada ao redor do campo e as forças estaduais.

LEIA, NA ÍNTEGRA, A NOTA

"A Polícia Militar de Pernambuco informa que, em reunião prévia na segunda-feira (18), com diversos órgãos e com representante do Santa Cruz Futebol Clube, ficou decidido que a segurança do jogo contra o Floresta Esporte Clube seria compartilhada, conforme determina o Estatuto do Torcedor. O mandante do jogo empregaria uma equipe de segurança privada ao redor do campo, da mesma forma que ocorre em outros eventos esportivos, a exemplo da Copa do Mundo. Em casos de conflito, a segurança privada é a primeira força a ser acionada, seguida pelas forças policiais estaduais, quando necessário.

A PMPE reforça que cumpriu o acordado, colocando os policiais dentro do estádio, contendo a invasão e realizando as prisões necessárias. As imagens denotam que o clube não colocou a quantidade adequada de vigilantes privados ao redor do gramado formando um cinturão, conforme acordado na reunião, o que poderia ter evitado a invasão no campo. Sendo assim, o caso está sendo apurado e será comunicado ao Ministério Público de Pernambuco"



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