Em plena preparação para a 3ª Etapa do Project Trail Run (PTR), que acontece no dia 8 de dezembro, nos remanescentes de Mata Atlântica do Recife, no Bairro da Guabiraba, a contadora aposentada Marlene Alves, de 65 anos, vê passar um filme sempre que está prestes a participar de uma corrida de trilha. Muitos desses pensamentos percorrem uma fase difícil da vida, na qual flertou com uma depressão, mas com direito à volta por cima, com a ajuda de acompanhamento profissional e do esporte. Iniciou na corrida de rua doze anos atrás, aumentou distâncias até que descobriu o prazer de se aventurar fora do asfalto, em ambiente natural.
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Marlene já tinha no currículo a São Silvestre e outras meias maratonas pelo Brasil. Mas sair mata a dentro - ou outro ambiente similar - era algo impraticável. Uma amiga foi importante para o sim de Marlene. Garantiu que estaria lado a lado com ela, do início ao fim do percurso. "O maior dos medos era me machucar. Pensava ser perigoso para uma idosa", lembra a empresária, mãe de três filhas e vovó de uma netinha.
Dúvidas e medos se dissiparam rapidamente. Um fator foi essencial para trocar as pistas pelas matas: a seriedade e a segurança vistas nas provas organizadas pelo PTR. "Eu recebi atenção desde a inscrição até o término das corridas. O apoio no percurso, a presença de bombeiros civis nas provas, isso tudo me passou a segurança que procurava para correr em trilha. E as trilhas organizadas pelo PTR são diferenciadas mesmo", afirma.
Marlene conta que a dedicação ao esporte traz desafios - e treinos - diários. Como trabalha no próprio negócio – uma empresa de contabilidade –, a semana da corredora de trilha é intensa. Nos dias de corrida, Marlene acorda antes do galo cantar, por volta das 4h30. Divide-se, ainda, entre treinos funcionais e musculação após o expediente.
"Além disso, cuido da casa, participo de apresentações de canto, não bebo, não curto noitadas, vivo de forma saudável, sem esquecer de comer bolo e comidinhas regionais de vez em quando. Uma vida simples e tranquila", conta.
Com mais uma prova da PTR em vista, lembra com carinho de corridas especiais. Na primeira participação em uma trilha, conquistou o terceiro lugar na faixa dos 60 anos. Na segunda vez, a cor da medalha foi prateada. Alcançou o segundo lugar na mesma categoria. Mas avisa: como sempre, quando encara uma prova, esquece qualquer obrigação com o tempo. Quer apenas curtir o máximo possível o prazer de praticar o esporte.
"O que eu quero é correr, me divertir, aproveitar o contato com a natureza e os surpreendentes cenários proporcionados por esse tipo de corrida. E sempre com muita gratidão a Deus, por me proporcionar saúde suficiente para continuar em movimento. Agora, é continuar a minha preparação e curtir aquilo que eu gosto de fazer", finaliza.
SERVIÇO
Dia: 8 de dezembro.
Local: Centro de Treinamento do Náutico, na Guabiraba.