Márcio Cadar (esquerda) ao lado do outro investidor da SAF, Vinícius Diniz (Foto: Reprodução)
Márcio Cadar, um dos investidores da SAF do Santa Cruz, se pronunciou sobre a doação que fez para a principal organizada do Santa Cruz, envolvida nas brigas generalizadas com torcida do Sport no último sábado (1), antes e depois do Clássico das Multidões.
A doação foi, inclusive, postada nas redes sociais do empresário no dia 30 de janeiro, dois dias antes do jogo. No post, Cadar disse que "faço questão de ajudar quem quiser fazer do Arruda um lugar de festa. Só não contem comigo pra violência. Quando for pra fazer bonito, podem me chamar".
Em entrevista ao Fórum Esportivo da Rádio Jornal, na última segunda-feira (03), o empresário mineiro expressou a grande decepção com a forma como a violência se desenrolou, destacando que sua doação foi feita com a melhor das intenções, com a esperança de contribuir positivamente.
“Eu fiquei extremamente chateado com o que aconteceu. Eu realmente fiz a doação e faria de novo. Porque a doação que eu fiz foi de boa fé. Eu tenho certeza que a doação que eu fiz não foi utilizada para nada. Porque eu tenho certeza que bandido não precisa de doação para atacar um pedaço de pau na cabeça do outro. Bandido não precisa de doação", explicou.
Segundo ele, a torcida pedia doações para comprar balões e um diretor da organizada mandou mensagem para ele pedindo a contribuição.
Faço questão de ajudar quem quiser fazer do Arruda um lugar de festa. Só não contem comigo pra violência. Quando for pra fazer bonito, podem me chamar! pic.twitter.com/Ld3QtaM5vp
Para combater à violência, Cadar anunciou que, em até 90 dias, o clube implementará a tecnologia de reconhecimento facial no estádio, prometendo transformar a entrada em um processo 100% digital. A medida, que será totalmente financiada pela SAF, visa não apenas agilizar o acesso dos torcedores, mas também aumentar a segurança e combater a violência nas arquibancadas.
“Diante de tudo que aconteceu, nas cenas lamentáveis que aconteceram no último sábado, conversei com o presidente Bruno Rodrigues e estou me antecipando com relação a algumas medidas de segurança dentro e no entorno do Arruda. Nós autorizamos a empresa de reconhecimento facial, a Bepass, que é a mesma do Palmeiras, no Allianz, a implementar no Arruda. Em até 90 dias esperamos que a entrada do Arruda seja 100% digital”, disse.
O empresário explicou que os torcedores poderão se cadastrar no aplicativo do clube para facilitar o acesso, eliminando filas e garantindo maior rapidez. Além disso, a tecnologia permitirá que pessoas envolvidas em brigas dentro ou fora do estádio sejam identificadas e banidas. “Aquela pessoa que for pega brigando no estádio ou ao redor, pode ser banida. Isso traz uma educação para o nosso torcedor”, afirmou.
Entretanto, para que a tecnologia seja instalada, será necessário realizar investimentos significativos na infraestrutura do Arruda. “Para iniciar (reconhecimento) é necessário de investimento de alguns milhões, o Arruda não tem uma estrutura preparada para receber esse tipo de tecnologia. Então, você tem que fazer a estrutura para depois receber a tecnologia”, explicou Cadar.