
O tom foi de cobrança para que os clubes mostrem que não têm ligação com as uniformizadas mais violentas, com longo histórico de confusões. A Federação Pernambucana de Futebol (FPF), a Secretaria de Defesa Social e o Comando da Polícia Militar também marcaram presença.
“São as mesmas pessoas, os mesmos cânticos de guerra, mesmo modos de agir, mesmas revanches. Os clubes não podem aceitar essas pessoas em suas casas, suas festas, comemorações e dirigentes não devem tirar fotos com elas”, comentou o coordenador do Núcleo do Desporto e Defesa do Torcedor (Nudtor) do MPPE e do Centro de Apoio Operacional à Atuação Criminal (CAO Criminal), Antônio Aroxelas. Segundo ele, os clubes têm a obrigação de banir as organizadas de seus estádios e entregar ao MPPE um relatório das providências que foi acordado em 2024, firmado justamente para combater os enfrentamentos em dias de jogos.
Vale a pena ressaltar que a Justiça determinou a extinção das três principais torcidas organizadas de Pernambuco em fevereiro de 2020. Na decisão, as três facções, que já estavam impedidas de frequentar os estádios, agora também teriam encerrados os seus Cadastros Nacionais de Pessoa Jurídica (CNPJ), ficando assim impossibilitados de exercerem quaisquer atividades comerciais. Elas também teriam suas contas bancárias bloqueadas e as sedes fechadas.
Porém, as uniformizadas sempre acabam dando um jeito. Seja trocando o nome da torcida e até deixando as camisas sem nome, apenas nas cores que as caracterizam. Prova disso é que faixas ainda são estendidas em dias de jogos nos estádios, exibindo os nomes das respectivas organizadas.
A cada ato violento, os clubes sempre tentam expressar que não têm ligação com as facções, mas dois episódios em dezembro do ano passado chamaram a atenção. No Sport, membros da referida torcida realizaram um treinamento de luta dentro da sede da Ilha do Retiro. Tudo bem registrado nas suas redes sociais. No Náutico, a principal organizada fez uma festa de aniversário na sede social dos Aflitos.