
“O que mais está gerando dificuldade hoje no Santa Cruz para o meu trabalho é justamente a falta de um lateral de ofício, um lateral que entre e faça o que ele tem de fazer”, descreveu de forma sucinta e direta, o técnico Ranielle Ribeiro.
Sem nem ao menos ter estreado Ítalo Silva, remanescente de 2022 que se lesionou ainda na pré-temporada, e com Ian Rodriguez apresentando fadiga muscular, o treinador tem improvisado nos últimos jogos. Anderson Paulista, Jadson e Tharlles, e até o zagueiro Gabriel Yanno, foram acionados para tapar o furo da ‘colcha de retalhos’ da equipe. Sem sucesso até aqui, sendo Jadson o que mais se aproximou de um rendimento mais satisfatório. O que gera um pedido de Ranielle. “Um lateral que já esteja jogando, com a condição de que ele já venha e vista a camisa. Infelizmente, vai ter que ser dessa forma.”
Porém, essa condição é um forte agravante para o Santa Cruz. Primeiramente, o mercado está em um período de poucas movimentações, em meio à disputa dos campeonatos estaduais e regionais. Além disso, o contexto da equipe por disputar a Série D, competição de calendário mais enxuto, praticamente impossibilita a vinda de atletas de divisões acima.
E se ainda assim, caso o clube consiga seduzir algum atleta que esteja em atividade, seja pela tradição e a força da camisa ou um projeto a longo prazo, o lado financeiro pesa bastante contra o Tricolor. Atravessando uma recuperação judicial, e com receitas cada vez mais escassas, o Santa Cruz dificilmente terá recurso o suficiente para custear uma possível multa por quebra de contrato. O que torna a busca por um atleta ideal ainda mais minuciosa e específica.
“Não podemos trazer qualquer um. Não podemos trazer no mesmo nível. Tem que ser um nível melhor. E para achar isso está complicado. E quando acha, geralmente o que já está empregado tem que gastar muito. Então, é ir se ajustando, tentando, buscando no próprio elenco”, destacou Ranielle Ribeiro, que apesar do pedido enaltece a postura do clube em não comprometer seu orçamento.
“Não vejo como culpa de ninguém. O que nós temos aqui hoje é uma condição de montar um time em cima da limitação financeira que o clube tem. A diretoria não quer fazer loucura, e está certa. Não adianta fazer uma loucura, aí depois ficar como os outros anos de salário atrasado. Gera um desequilíbrio ainda maior”, finalizou.