No confronto do 1º turno, Pedro marcou duas vezes; agora, Gabigol deve ser o centro avante (Foto: Alexandre Vidal/CRF)
Desde que foi anunciado pelo Flamengo, Rogério Ceni não encontrou o futebol virtuoso que outrora, sob o comando de Jorge Jesus e, em breves estalos, Domènec Torrent, fez o Rubro-negro da Gávea brilhar nos gramados Rio de Janeiro afora e empilhar títulos. Em 16 partidas à beira do campo, o ex-treinador do Fortaleza conquistou apenas metade dos pontos disputados e, além do desempenho ruim, amargou eliminações precoces na Copa Libertadores e do Brasil.
Embora viva momento delicado na reta final da Série A do Campeonato Brasileiro, o Urubu demonstrou, diante do Grêmio, na última quinta-feira, em Porto Alegre, que o atual campeão nacional ainda tem possibilidades e talento para conquistar o quarto título da temporada. Nos 90 minutos do jogo de seis gols contra a equipe comandada por Renato Gaúcho, o adversário do Sport desta segunda-feira conseguiu impor seu ritmo e dominar todos os quesitos da partida, desde finalização à posse de bola.
Apesar disso, o Flamengo demonstra, nesta reta decisiva do Brasileirão, futebol inconstante e tomadas de decisões equivocadas - tanto pelos jogadores no último toque, como por Rogério Ceni, que teima em selecionar jogadores em má fase. O treinador rubro-negro, inclusive, vem sendo criticado pela opção no setor de segurança: sem Rodrigo Caio, deixou o jovem Nathan de lado e escolheu adaptar Willian Arão na zaga. Em três jogos com a dupla formada por Arão e Gustavo Henrique, o Urubu sofreu cinco gols: média 26% maior que a da equipe nesta edição do campeonato.
FALHAS DA DEFESA
É no terço inicial que o atual campeão brasileiro possui seu maior ‘calo’. À medida que possui o segundo melhor ataque da Série A, tem a segunda defesa mais vazada entre o G10 da tabela, tendo sofrido mais gols que o Sport. Antagonizando a segurança proporcionada por Rodrigo Caio e Pablo Marí, em 2019, a defesa atual do Flamengo ainda não encontrou um padrão ideal: anunciados nesta temporada, Léo Pereira e Gustavo Henrique oscilam entre maus e bons momentos - pendendo aos maus.
Nas laterais, desde a saída de Rafinha, os cariocas estão sofrendo com a incidência de atacantes velozes. Nas últimas três derrotas, levou gols originados pelos flancos do gramado. Basta observar os dois gols do Ceará no Maracanã: no primeiro, Léo Chú, livre pela esquerda, cruzou com facilidade para Vina, também solto, mas pelo outro lado, finalizar às redes de César.
JOGO DO PRIMEIRO TURNO
No último embate entre os rubro-negros, sete pontos separavam o vice-líder, Flamengo, e o oitavo colocado, Sport. Na partida, Jair Ventura optou por repetir o time que havia superado o Bahia, porém com uma proposta de jogo ainda mais retraída em seu campo de defesa. Os primeiros 50 minutos de jogo foram equilibrados, com boas oportunidades para ambos lados. Em 10 minutos, no entanto, o show dos cariocas começou. Pedro, duas vezes, e Gustavo Henrique decidiram a partida em três lances consecutivos. No final da partida, Jair Ventura lamentou o ‘golpe’ sofrido.
ÚLTIMA VITÓRIA DO LEÃO
A última vez que o Sport superou o Flamengo pelo Campeonato Brasileiro foi há pouco mais de três anos. Em junho de 2017, o Leão, então comandado por Vanderlei Luxemburgo, venceu com facilidade o Urubu de Zé Ricardo por 2 a 0. Os gols da partida foram anotados por Osvaldo e Thomás. A partida foi marcada por sequência de falhas grotescas de Alex Muralha, goleiro do Fla, que resultaram nos gols dos recifenses.