Presidente da FPF lamenta atos violentos contra delegação do Fortaleza (Foto: Rafael Vieira/DP FOTO)
Cenas de terror tomaram conta dos arredores da Arena de Pernambuco momentos depois da partida pela Copa do Nordeste Sport e Fortaleza na noite desta quarta-feira (20). Membros da torcida organizada do Sport apedrejaram o ônibus do Leão do Pici na saída do estádio, e seis jogadores ficaram feridos. Em entrevista ao Momento Esportivo, da Rádio Clube, o presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho lamentou o incidente ocorrido nos arredores do estádio e cobrou para que o Congresso Nacional aprove leis severas contra os vândalos no futebol brasileiro.
“Infelizmente, nós temos esses marginais, esses bandidos que continuam a solta por culpa exclusiva do nosso congresso, dos nossos deputados e senadores que não aprovam os projetos já enviados para endurecer as leis contra esses marginais, esses facínoras, não são pessoas, são animais que tem que ser preso, não pode viver em sociedade, iniciou o mandatário.
“Um indivíduo que atira uma pedra, uma bomba dentro de um ônibus para ferir as pessoas que estão num ambiente fechado, para atingir profissionais que estavam trabalhando, exercendo o seu amor, essa pessoa não pode transitar pelas ruas. Não pode conviver no seu bairro, não pode viver em cidade, ela tem que estar enjaulada”, completou.
PUNIÇÃO AO SPORT
O mandatário revelou temor com possível punição ao Sport, uma vez que os torcedores do clube têm histórico recente de violência. Com isso, Evandro Carvalho acredita que o STJD pode aplicar uma punição como forma de efeito pedagógico, para que não ocorra casos semelhantes.“Hoje STJD já ampliou a legislação, o que ele chama de responsabilidade objetiva, mesmo que é o clube não tenha propriamente contribuindo para o fato criminoso. Existe uma corrente do STJD que acha que tem que haver punição como efeito pedagógico, ou seja, como medida que após ocorrer a punição, ela possa servir de educação para que os outros não repitam, porque sabem que o clube vai ser prejudicado”, destacou.
“O que nós vemos hoje é que o STJD tem endurecido. No sentido de que a justiça desportiva entende, que já não existem leis duras o suficiente, para para se evitar atos desta bandidagem permanente. O STJD tem reagido com muito rigor, em termos da legislação, ele tem até atropelado a lei e tem punido largamente todo mundo”, finalizou.
A Federação Pernambucana de Futebol vem a público expressar sua solidariedade à presidência, diretoria, funcionários e atletas do Fortaleza Esporte Clube diante do repugnante ataque ocorrido na noite dessa quarta-feira. pic.twitter.com/FuAhCbPbpm
No início da tarde, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD) se pronunciou sobre o caso. Em nota, o órgão apontou que, por se tratar de infração ocorrida fora do estádio, o Tribunal do Futebol destacou que a competência para análise e denúncia é exclusiva da Secretaria de Segurança Pública do estado.
Veja a nota na íntegra
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol vem a público informar que tomou conhecimento do episódio de violência contra o ônibus do Fortaleza na noite desta quarta, 21 de fevereiro, após o empate com o Sport, pela Copa do Nordeste. Por se tratar de infração ocorrida fora do estádio, o Tribunal do Futebol destaca que a competência para análise e denúncia é exclusiva da Secretaria de Segurança Pública do estado.
Cumpre destacar ainda que, caso haja a identificação dos responsáveis pelos atos, a Procuradoria analisará possíveis medidas contra as torcidas identificadas.
O STJD lamenta que episódios como esse ainda aconteçam no futebol brasileiro e reafirma o compromisso de trabalhar por um futebol mais justo e sem violência.
BRECHA PARA JULGAMENTO DO SPORT
No entanto, em reportagem publicada pelo GE, o procurador-geral do STJD, Ronaldo Piacente, abriu uma brecha que poderá levar o Sport a julgamento, em caso de identificação da Torcida Organizada.