A polêmica marcação de um pênalti nos minutos finais da partida entre Sport e Palmeiras, válida pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro, pode render consequências sérias no tribunal desportivo. A Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) solicitou formalmente a abertura de um inquérito para investigar a conduta da arbitragem no duelo, especialmente no lance que definiu o placar final: 2 a 1 para o time paulista, na Ilha do Retiro.
A iniciativa partiu de um requerimento feito pelo próprio Sport, inconformado com a penalidade assinalada aos 43 minutos do segundo tempo. Para o clube pernambucano, o lance foi determinante no desfecho da partida e pode ter sido influenciado por uma condução equivocada do árbitro central, Bruno Arleu de Araújo, e da equipe responsável pelo VAR.
Segundo o documento enviado pelos procuradores do STJD, há indícios de que o protocolo do árbitro de vídeo não foi corretamente seguido. Em especial, destaca-se o fato de o juiz de campo não ter sido chamado para revisar o lance no monitor — recurso considerado essencial para reduzir possíveis equívocos em lances decisivos.
"Na conclusão unânime dos três especialistas internacionais (Nicola Rizzoli, Nestor Pitana e Sandro Ricci), o defensor da equipe do SPORT 'toca claramente a bola e não faz um movimento adicional que possa justificar a infração marcada', sendo o contato com o adversário 'acidental', decorrente da 'ação própria e viva do jogo', o que configuraria situação clara para atuação corretiva do árbitro assistente de vídeo, o que não ocorreu", informa o documento.
A Procuradoria ainda requisitou à Comissão de Arbitragem da CBF, como parte de uma apuração minuciosa, o acesso irrestrito às imagens originais da jogada, além da gravação completa da comunicação entre os membros da arbitragem durante a análise do pênalti. Também foram solicitados os relatórios técnicos do VAR, especialmente aqueles que possam ter contribuído para o afastamento dos envolvidos.
Como parte da investigação, todos os árbitros que participaram da partida serão convocados para prestar depoimento. A decisão final sobre o pedido está agora nas mãos do presidente do STJD, Luís Otávio Veríssimo Teixeira.
Com informações do GE
