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COLUNA BETO LAGO

Beto Lago: 'Ficou evidente que Márcio Cadar agiu em uma exposição excessiva em sua passagem pela SAF do Santa Cruz'

'Os investidores que permanecem na Cobra Coral Participações S/A demonstram grande confiança no projeto'

postado em 29/05/2025 08:00

<i>(Foto: Reprodução)</i>
Exposição exagerada 
A reportagem da jornalista Camila Sousa, publicada no ge Pernambuco, trouxe à tona os bastidores conturbados da saída de Márcio Cadar do processo da SAF do Santa Cruz. Nos relatos, fica evidente que o ex-investidor agiu em uma exposição excessiva em sua passagem. É provável que a paixão da torcida coral tenha contribuído para esse cenário. Não são raras as menções a apelidos carinhosos nas redes sociais, como "papai", que demonstravam o carinho e a expectativa em torno de Cadar. Entretanto, parece que ultrapassou os limites de suas funções, que eram, sobretudo, de captar novos investidores para a SAF. Enquanto o futebol deveria estar sob os cuidados de Vinícius Diniz, cuja experiência em outros clubes é conhecida, Cadar se tornou o principal protagonista: o mais aclamado, o mais visível.
Contudo, sua ascensão teve consequências indesejadas, resultando em um desgaste significativo junto aos próprios investidores. Além disso, é inegável que os demais envolvidos no projeto da SAF, especialmente os dirigentes do clube, sentiram uma ponta de ciúmes diante do seu protagonismo. Agora, ele já não faz mais parte do projeto, que continua seu curso de forma firme. O Santa Cruz segue bancando obras e salários, mesmo sem ter assinado a proposta vinculante. Dois pontos se destacam: os investidores que permanecem na Cobra Coral Participações S/A demonstram grande confiança no projeto, e o presidente Bruno Rodrigues tem se mostrado um gestor proativo e eficaz. 

Aposta alta 
O presidente do Sport, Yuri Romão, confirmou, também no ge, que em caso de rebaixamento à Série B, todos os jogadores contratados neste ano têm cláusulas contratuais que preveem uma redução salarial. Apesar da delicada situação, Romão se mantém otimista, acreditando que o Leão não cairá. No entanto, essa postura de apostar alto precisa ser acompanhada de uma adequação no time e uma maior sintonia entre jogadores e treinador. 

O futebol é abstrato 
Yuri Romão afirmou que o futebol é abstrato e que existe uma evolução no time de António Oliveira, respaldada por números de scouts que, segundo ele, torcedores e imprensa não percebem. Contudo, o contraste é nítido quando observamos os dados que a imprensa e os torcedores têm acesso - e o desempenho pouco convincente apresentado pela equipe em três jogos sob a orientação do técnico português. E só um lembrete: por vezes, o que se vê no campo fala mais alto que quaisquer números. 

Desconhecimento do “jogo jogado” 
São frases assim que apenas ratificam o que falei no Léo Medrado e Traíras, na segunda passada: neste modelo associativo do Trio de Ferro, nenhum dos três presidentes entende de futebol. Embora sejam renomados (ou não) em gestão do clube, nos bastidores da CBF ou no contato com os outros dirigentes, faltam outras habilidades importantes para quem trabalha com futebol. Desconhecem muito sobre táticas, ambiente de vestiário, reforços. No tal do “jogo jogado”, eles ainda são amadores.

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