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ILHA DO RETIRO

Sport: Eleição para biênio 2025/2026 segue tradição de polêmicas e pode até parar na Justiça

Motivo da discórdia gira em torno da legitimidade ou não da candidatura do atual presidente Yuri Romão

postado em 02/12/2024 06:30 / atualizado em 02/12/2024 07:42

<i>(Foto: Rafael Vieira/DP )</i>
Mantendo a tradição do que geralmente acontece na Ilha do Retiro, as eleições do Sport para o biênio 2025/2026 prometem ainda muitos capítulos, seja nos bastidores ou até uma possível  judicialização. Tudo gira em torno da legitimidade ou não da candidatura do atual presidente Yuri Romão. Existe uma corrente - da qual fazem parte os ex-presidentes João Humberto Martorelli e Gustavo Dubeux (ex-aliados do mandatário leonino) - que entende o Estatuto do clube está sendo ferido. Do outro lado, há os que acham legal a candidatura de Yuri Romão. 
 
O motivo da discordância é a interpretação dos artigos 85 e 86 do Estatuto do Sport, que vetam um terceiro mandato consecutivo. Yuri assumiu a presidência em outubro de 2021, após a licença do então presidente Leonardo Lopes, e depois foi efetivado até o fim de 2022, com a renúncia de Leonardo. No final do ano, ele venceu o pleito contra Luciano Bivar e seguiu no cargo em 2023/2024. Para a situação, essa será a primeira tentativa de reeleição, já que em 2021/2022 foi um mandato temporário. Entendimento contrário de muitas lideranças rubro-negras. 
 
Por isso, a Comissão Eleitoral vai ter muito trabalho pela frente até o dia 16 de dezembro, data das eleições. O artigo 85 do Estatuto diz que “O Presidente Executivo é eleito, juntamente com um Vice-Presidente Executivo, pela AGO, em escrutínio secreto, para mandato de dois anos, sendo vetado o exercício de mais de dois mandatos consecutivos”. 
 
Além da questão jurídica, existe também o mal-estar gerado no grupo da situação após Yuri Romão ter decidido se candidatar, mudando de ideia do que ele mesmo disse logo após o Sport ter conseguido o acesso para a Série A. “Não tenho nada contra Yuri, mas houve uma má condução pelo lado dele. Houve um almoço com todo o grupo político e que ficou pactuado uma chapa com José Roberto Moura como candidato e Raphael Campos na vice. Ele (Yuri) mudou de ideia sem dar satisfação a essas pessoas que lá estavam. Outro fato é a questão de ilegitimidade, que está gerando um grande litígio, um racha que não é bom para o clube”, disse Gustavo Dubeux em entrevista à Rádio Jornal. 
 
Além de Yuri Romão, concorrem ao cargo pela oposição duas chapas, a de Rafael Arruda e a de Carlos Antônio Filho. 
 
<i>(Foto: Anderson Stevens/Arquivo Sport)</i>
 
OUTRO LADO 
“Yuri, quando assumiu a presidência em 2021, o fez em caráter interino, temporariamente, substituindo o titular, a quem o Conselho Deliberativo tinha concedido uma licença de seis meses. Depois, em março de 2022, com a renúncia de Leonardo Lopes, é que se deu a vacância do cargo, assumindo Yuri Romão (era o vice) nos termos do Estatuto. Yuri, portanto, só foi eleito uma vez para o cargo de presidente executivo, em dezembro de 2022, não havendo impedimento estatutário para concorrer a reeleição agora”, enfatizou o ex-advogado do Sport, Flávio Koury, em entrevista à Rádio Clube. 

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