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MEMÓRIA

Sport e Vasco: veja lista de craques revelados na Ilha e que brilharam no cruzmaltino

Saga começou com Ademir de Menezes, teve sequência com Vavá, Almir e Juninho Pernambucano

postado em 12/04/2025 09:20 / atualizado em 12/04/2025 09:54

<i>(Foto: Arquivo DP)</i>
A conexão entre Sport e Vasco vai muito além da semelhança nos gritos de guerra: o “cazá, cazá” rubro-negro e o “casaca” cruzmaltino. Na história dos dois clubes, que se enfrentam neste sábado (12), no Rio, pelo Campeonato Brasileiro, uma lista seleta de craques que fizeram o mesmo caminho: saíram da Ilha do Retiro e brilharam em São Januário. 

Para quem não tem a ideia da importância de Ademir Marques de Menezes para o futebol brasileiro, basta dizer que foi ele o primeiro jogador a receber "luvas" (adiantamento em uma negociação). O ano era 1942, e o pernambucano que já impressionava na praia do Pina, na Zona Sul do Recife, virou alvo de disputa entre os dois clubes cariocas. E por influência do pai e dos 40 contos, fechou com o Vasco em vez do Fluminense. Inaugurava, assim, os laços entre Sport e Vasco. 

Ademir, conhecido como Queixada pelo queixo proeminente, brilhava com a camisa do Sport, pelo qual foi campeão pernambucano e artilheiro do certame de 1941. No mesmo ano, o Leão partiu para uma inesperada excursão pelo Brasil. O saldo do giro por Belo Horizonte, São Paulo, Curitiba, Joinville, Porto Alegre e Rio de Janeiro foi ainda mais surpreendente: 11 vitórias, dois empates e quatro derrotas. A penúltima partida foi contra o Vasco. 

Os donos da casa abriram 3 a 0. Ademir fez três gols e participou de mais dois, fazendo o Leão vencer por 5 a 4 em São Januário. Foi o suficiente para Fluminense e Vasco o disputarem. No Gigante da Colina, o ex-rubro-negro desenvolveu sua brilhante carreira. Marcou 282 gols em 407 jogos. Além dos Estaduais de 1945, 1949, 1950 e 1952, também venceu o Sul-Americano de 1948 e o Torneio Municipal de 1945. Foi o maior ídolo do Vasco até o surgimento de Roberto Dinamite. 
 
Não era centroavante ne meia, mas jogava em todas as posições do ataque. Suas famosas arrancadas, os “rushes” , mudaram até a forma tática como os técnicos armavam as suas equipes. Maior jogador do Brasil na década de 1940, Ademir foi o artilheiro da Copa do Mundo de 1950, com nove gols, mas o título escapou na final no Maracanã diante do Uruguai. Defendeu também o Fluminense e o Sport ergueu uma estátua em sua homenagem na Ilha do Retiro. 
<i>(Foto: Arquivo DP)</i>
 
PEITO DE AÇO 
Se o título da Copa do Mundo escapou para Ademir, não faltou para outro pernambucano: Vavá. O Peito de Aço foi bicampeão, em 1958 e 1962, sendo artilheiro do Mundial do Chile. Pode-se dizer que Vavá, Edvaldo Izídio Netto, “seguiu os passos de Ademir. Saiu do Sport (antes passou por América e Íbis) e seguiu para o Rio para brilhar com a camisa do Vasco.  

Raçudo desde os quadros juvenis do Sport, Vavá defendeu o Leão da Ilha em 1949/50, se transferindo para o Vasco para substituir Ademir. Defendeu o cruzmaltino de 1951 a 1958, participando do famoso Expresso da Vitória. Conquistou os Estaduais de 1952, 1956 e 1958, além do Torneio Rio-São Paulo de 1958.  Vavá é um dos maiores artilheiros da história do futebol vascaíno, com 150 gols. O pernambucano fez carreira internacional, vestindo a camisa do Atlético de Madrid e depois voltou ao Palmeiras. 
<i>(Foto: Arquivo DP)</i>
 
TEMPERAMENTAL 
A “ponte aérea” Sport e Vasco teve sequência com Almir Pernambuquinho. O meia, que jogou no Leão em 1956, foi contratado pelo clube carioca no ano seguinte. Bom de bola e também de briga, Almir Morais de Albuquerque tinha um temperamento explosivo. Foi campeão carioca em 1958, antes de se mudar para o futebol paulista, onde atuou por Corinthians e Santos. No Rio, defendeu também Flamengo e America. 
 
<i>(Foto: Arquivo DP)</i>
 
REIZINHO 
Avançando no tempo, chegando aos anos de 1990, Antônio Augusto Ribeiro Reis Júnior deu sequência a saga. Revelado pelo Sport em 1993, Juninho Pernambucano brilhou no timaço de 1994, junto de Chiquinho e Leonardo. Rapidamente, chamou a atenção do Vasco, que o contratou em 1995. Hábil e dono de um chute potente, virou referência no grande esquadrão vascaíno, ao lado de Juninho Paulista e Romário. 
 
Chamado de Reizinho da Colina, conquistou o Torneio Palma de Mallorca (1995), os Campeonatos Brasileiros de 1997 e 2000, o Carioca de 1998, a Libertadores de 1998, o Torneio Rio-São Paulo de 1999 e a Copa Mercosul de 2000. Virou até música, pelo gol de falta contra o River Plate no Monumental de Nuñez, que classificou o Vasco para final da Libertadores da 1998. Também virou ídolo do Lyon e disputou a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. 
 
<i>(Foto: Arquivo DP)</i>
 

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