"Vitória histórica no tribunal." Foi assim que o ex-presidente do Náutico, Edno Melo, descreveu a reversão da decisão de primeira instância, que anteriormente anulava a justa causa na demissão do técnico Hélio dos Anjos, ocorrida em 2022. A decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região representou uma vitória pessoal da gestão do aliado político Diógenes Braga.
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"Vitória histórica no tribunal! A justiça foi feita! Respeitamos a todos, mas o Náutico vem primeiro. Após uma decisão injusta na primeira instância, finalmente conquistamos a vitória na segunda instância e a justa causa foi a reparação, e que sirva de exemplo: sempre priorizar a ética e a honra! #JustiçaFeita #VitóriaTimba #RespeitoSempre", escreveu em sua rede social.
O ex-presidente, Edno Melo, publicou uma foto com uma garrafa do vinho argentino “El Enemigo” (o inimigo), considerando que a decisão da Justiça foi pautada pela “ética e honra”. Coincidentemente, o ex-técnico do Náutico, Hélio dos Anjos, que teve o processo desfavorável, é conhecido por seu gosto por vinhos.
Entenda o caso:
A demissão em questão aconteceu em abril de 2022. De acordo com versão do Náutico, que consta nos autos do processo, após um jogo entre Náutico x Retrô, pelo Estadual, no dia 9 de abril, Hélio dos Anjos foi o responsável por incitar um conflito entre atletas e um torcedor que estava protestando próximo ao vestiário. E que tal atitude culminou num conflito de grandes dimensões na área comum do clube.
Em decisão de 1ª instância, no começo deste ano, a juíza Maria Carla Dourado de Brito, da 10ª Vara do Trabalho do Recife, deu razão para o treinador, entendendo que “Não restou comprovada a prática de qualquer falta grave pelo Reclamante capaz de legitimar a aplicação de penalidade máxima prevista pelo Legislador”, escreveu a magistrada em trecho da sentença. A juíza se baseou no depoimento de uma testemunha que afirmou que o motivo real da demissão foi uma “animosidade” de Hélio dos Anjos com Diógenes Braga, então presidente do Náutico.
Porém, o Náutico recorreu da decisão e nesta semana a decisão foi reformada, com a Justiça entendendo que houve sim motivo para uma demissão por justa causa. Além disso, na decisão desta semana, ficou negada a justiça gratuita que Hélio havia solicitado. O treinador, atualmente no CRB-AL, também terá que pagar as custas da defesa do Náutico. O técnico ainda pode recorrer em última instância ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), mas especialistas apontam que a chance de reversão é muito pequena.