Dona Maria, esbanjando alegria, no jogo do Sport contra o Botafogo-SP, em maio deste ano, na Ilha do Retiro (Foto: Sandy James/DP)
A sua alegria era contagiante. Sempre trajada de vermelho e preto, roubava a cena nas sociais da Ilha do Retiro. Foi assim, como em tantas outras vezes, no dia 20 de maio deste ano, quando o Sport venceu o Botafogo-SP por 3x0, pela 7ª rodada da Série B, com a presença apenas de mulheres, crianças e pessoas com deficiência (PCDs). Essa era Maria José, ou simplesmente Dona Maria. Torcedora símbolo do Leão, ela faleceu na manhã deste domingo (10), aos 98 anos. O velório de Dona Maria será na tarde deste domingo (10), às 16h, na sede da Ilha do Retiro. A celebração será nesta segunda (11), também às 08h, na sede do Clube. O enterro, por sua vez, será às 11h desta segunda (11), no cemitério de Santo Amaro.
Dona Maria enfrentava complicações de um câncer e foi vítima de falência múltipla dos órgãos. Recentemente, a fanática torcedora teve que viver um período distante do time que tanto amava, em virtude da pandemia da Covid-19, entre 2020 e 2023. Só voltou à Ilha do Retiro, inclusive, neste ano, após ser vacinada e seguir todos os protocolos da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Nas redes sociais, o Sport fez uma justa homenagem à Dona Maria. "Um símbolo de grandeza, amor, paixão, força e resistência, Que honra ter passado tantos anos ao seu lado e saber que seu nome estará ligado para sempre à nossa história. Foram 98 anos de frevo, alegria e preto e vermelho! Eterna!", postou o clube. Detelhes do velório, que vai acontecer na sede do Sport, ainda estão sendo organizados.
Um símbolo de grandeza, amor, paixão, força e resistência. Que honra ter passado tantos anos ao seu lado e saber que seu nome estará ligado para sempre à nossa história, Dona Maria. %uD83C%uDF39
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Nascida em Nazaré da Mata, em janeiro de 1925, Dona Maria entrou para a história do clube e já recebeu diversas homenagens. A última delas, uma placa, ainda no ano passado. “O Sport Club do Recife parabeniza e homenageia Dona Maria, uma mulher que luta, ama e comprova todo o dia que nasceu para ser uma Leoa do Sport”, diz a condecoração.
Em 2020, a repórter Camila Sousa, à época no DP Esportes, fez uma grande reportagem sobre Dona Maria, que tinha completado 95 anos. “Todo mundo que me vê assim hoje, sorrindo, alegre… Não sabe o quanto eu sofri. Mas hoje estou aqui. Não desisti nunca”, disse ela na entrevista, na qual revelou sua história de vida marcada pela superação, de quem enfrentou o abandono dos pais, racismo e o trabalho infantil, além de ter sido vítima de violência doméstica.