Roberto Queiroz marcou a memória de inúmeros torcedores no Brasil e em Pernambuco (Foto: Divulgação/Rádio Jornal)
Com grande colaboração de André Luiz Cabral, da Rádio Clube
O futebol e a crônica esportiva de Pernambuco estão de luto. Morreu no último domingo o narrador esportivo Roberto Queiroz, famoso pela alcunha de ‘Garganta de Aço’ e suas épicas e emocionantes narrações, que marcaram época e a memória de inúmeros torcedores no estado e no país. Ícone do radialismo pernambucano, Roberto partiu aos 72 anos, com causa não informada pelos familiares.
José Mariano de Queiroz nasceu em 8 de setembro de 1949, em Caruaru, no Agreste do estado. Foi na cidade natal onde começou a narrar jogos de futebol, em 1966, pela Rádio Cultura de Caruaru. Lá, foi rebatizado com o nome ‘Roberto’, pois já havia um comentarista na rádio chamado Zé Queiroz, ex-prefeito da cidade. Para não repetir o nome, sugeriram o ‘Roberto’. A alcunha pegou.
Em 1970 veio para o Recife, contratado da Rádio Jornal pela primeira vez. No ano seguinte migrou para a Rádio Olinda, onde passou a chefiar a equipe esportiva. Roberto também teve uma rápida passagem pela Rádio Capibaribe em 1977, mas na virada de ano para 1978 foi contratado por Barbosa Filho para a Rádio Clube de Pernambuco.
Foi pela ‘pioneira’ quando cobriu a sua primeira Copa do Mundo, na Argentina, como narrador titular da equipe. A primeira passagem na Clube durou até 1985, quando retornou para a Rádio Jornal, junto com José Santana, para cobrir a Copa do Mundo do México em 1986, e a Copa da Itália, em 1990.
Em 1993 retornou para a Rádio Clube, numa troca de contratações com Adilson Couto, que migrou da Clube para a Jornal. Novamente na casa, cobriu mais duas Copas do Mundo, no tetracampeonato de 1994 nos Estados Unidos e a Copa da França, em 1998. Em 2002 também cobriu a Copa do Japão e da Coreia do Sul, embora a Rádio Clube tenha realizado a cobertura em conexão com a Rádio Bandeirantes.
Roberto Queiroz teve ainda uma rápida volta na Rádio Olinda, mas logo retornou para a Clube. Até que em 2005 passou a narrar pela Rádio Estação Sat/Rádio Liberdade de Caruaru, quando narrou a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. E em setembro no mesmo ano voltou em definitivo para a Rádio Jornal do Commercio. Roberto também apresentou programas culturais, principalmente com músicas do ‘Rei’ Roberto Carlos.
Roberto Queiroz fez mais do que apenas contar histórias. Roberto foi a história. Foi voz, imagem e, acima de tudo, um grande personagem do rádio nacional.
O Santa Cruz lamenta profundamente o falecimento do narrador Roberto Queiroz. Garganta de Aço, Roberto foi o porta-voz de muitas emoções vividas pelos tricolores. O clube deseja muita força aos amigos, familiares e admiradores. O Presidente decretou luto oficial de três dias. %uD83C%uDF39 pic.twitter.com/famhoyOC9b
Uma voz marcante, eterna e que se mistura com a história de Pernambuco. Um dia de tristeza, mas de relembrar e nos orgulhar de ter ouvido Roberto Queiroz, o Garganta de Aço. Nossas condolências aos amigos, familiares e admiradores. %uD83D%uDDA4%uD83D%uDCFB pic.twitter.com/8A4hyG2VGD
Roberto colecionou inúmeras narrações épicas dos três clubes, Náutico, Santa Cruz e Sport. Os alvirrubros lembram de títulos e acessos, como o de volta à Série B na emocionante disputa de pênaltis contra o Paysandu. Pelos corais, a inesquecível narração do Campeonato Pernambucano de 1993 marcam os tricolores. Mas Roberto se tornou um capítulo especial para a conquista da Copa do Brasil do Sport em 2008, e do Campeonato Brasileiro de 1987.