Gabriel Jesus está entre os 'desfalques' do Brasil diante do Peru (Foto: ADRIAN DENNIS / AFP)
Com exceção de Messi e Neymar, outros destaques como Luis Suárez, Cavani, Lautaro Martínez, Vidal e Casemiro ficaram presos em um sério conflito devido à recusa das ligas inglesa, espanhola e italiana em ceder seus jogadores sul-americanos para a rodada tripla das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022.
Pelo menos 66 jogadores sul-americanos poderão ficar de fora desses jogos entre 2 e 9 de setembro se as ligas não voltarem atrás em suas drásticas decisões.
Pelo lado do Peru, inclusive, embora o treinador do adversário do Brasil na Arena de Pernambuco, Ricardo Gareca, tenha apresentado a lista de 24 convocados - com destaque para o retorno dos atacantes Paolo Guerrero e Raúl Ruidíaz -, ainda restam dúvidas se haverá desfalques pelo veto das ligas europeias.
Até agora, estas federações europeias não deram o braço a torcer, apesar de o presidente da Fifa, Gianni Infantino, ter exigido "solidariedade" ao considerar que a cessão dos atletas para as próximas janelas internacionais "é um assunto cuja urgência e importância são capitais".
Os clubes consideram que não poderiam contar com os jogadores durante muitos dias porque quando retornarem da rodada tripla sul-americana terão que cumprir as medidas de isolamento que vigoram nesses países devido à pandemia.
Messi e Neymar a salvo
Embora seu astro Lionel Messi, novo craque do PSG, consiga se encontrar com sua torcida pela primeira vez desde que a Argentina venceu a Copa América em julho passado, após 28 anos, outros conterrâneos terão de assistir pela TV ao duelo com a Bolívia no dia 9 de setembro no estádio Monumental.
O goleiro Emiliano Martínez (Aston Villa), o zagueiro Cristian Romero (Tottenham), ambos com grandes atuações na Copa América de 2021, além dos atacantes Lautaro Martínez (Inter) e Paulo Dybala (Juventus), que voltaram ao Albiceleste após longa ausência, são algumas dos atletas afetados nessa queda de braço.
O Brasil, líder isolado das Eliminatórias com seis jogos vencidos em seis jogos, terá que abir mão de astros como Casemiro (Real Madrid), o goleiro Alisson (Liverpool), Gabriel Jesus (Manchester City) e Richarlison (Everton), entre 14 jogadores desses países convocados por Tite, embora Neymar (PSG) esteja presente.
Argentina, a mais afetada
Dias antes de embarcarem para a América do Sul, os jogadores permanecem no limbo enquanto as federações da região e a Conmebol permanecem em silêncio aguardando uma solução para o conflito envolvendo clubes europeus e a Fifa.
"Não temos um posicionamento oficial, por enquanto. Estamos acompanhando de perto a situação com os órgãos responsáveis, aguardando uma forma de solucionar o problema. (...) Estamos trabalhando com vários cenários para eventuais decisões", disse uma fonte da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) à AFP.
Tite convocou mais nove jogadores nesta sexta-feira para a rodada tripla das eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo do Catar-2022 diante das incertezas devido à recusa das ligas inglesa, espanhola, italiana e portuguesa em ceder seus jogadores sul-americanos para esses compromissos.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) “não desconvocará nenhum jogador convocado para estes jogos de setembro. Porém, dada a incerteza de apresentação de atletas, principalmente do Reino Unido, e a falta de uma definição efetiva, optamos pela convocação de mais atletas para a lista original", comentou o coordenador da seleção Juninho Paulista, ao lado de Tite.
A seleção mais afetada em número é a Argentina com 21 jogadores que ficariam de fora da rodada tripla, incluindo o superclássico com o Brasil, no dia 5 de setembro em São Paulo, pela sexta rodada que havia sido suspensa em março devido à propagação da pandemia na região.
Duro golpe para o Uruguai
O Uruguai receberá um duro golpe se a medida se concretizar porque sua dupla ofensiva, formada por Suárez (Atlético de Madrid) e Cavani (Manchester United) e suas duas figuras emergentes, os meias Rodrigo Bentancur (Juventus) e Federico Valverde (Real Madrid), vão ficar de fora.
A 'Celeste', que ocupa a última posição na zona de classificação para a Copa do Catar-2022 com 8 pontos, tem 14 jogadores prontos para viajar, mas com menos chance de reposição do que Brasil e Argentina.
A Colômbia pode ficar aliviada porque há cinco jogadores em uma eventual situação de desfalque, mas na realidade é um quinteto estelar, difícil de substituir: o goleiro David Ospina (Napoli), os zagueiros Dávinson Sánchez (Tottenham) e Yerry Mina (Everton), assim como o meia Juan Guillermo Cuadrado (Juventus) e o atacante Luis Fernando Muriel (Atalanta).
Algo semelhante acontece com o Chile, a começar pelo emblemático Arturo Vidal (Inter de Milão) e o capitão Claudio Bravo (Betis), em uma lista de oito jogadores que atuam por clubes desses três países europeus.
A 'Roja' não pode perder pontos nesta rodada tripla, pois está na sétima posição com apenas seis pontos.
Os problemas para o Paraguai não são menos sérios, já que perde duas peças importantes como Miguel Almirón (Newcastle) e Antonio Sanabria (Torino), e a medida terá efeito também na Venezuela, que não poderá contar com seu capitão, Tomás Rincón (Torino) e nem com Darwin Machís (Granada).