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Botafogo x Atlético: a festa alvinegra já toma conta de Buenos Aires

Diario de Pernambuco está na cola de cariocas e mineiros, que decidem a competição neste sábado às 17h

postado em 29/11/2024 18:27 / atualizado em 29/11/2024 18:47

Por Marcelo Cavalcante* 
 
<i>(Foto: Arquivo Pessoal)</i>
A Argentina virou Brasil. Mais precisamente em Buenos Aires, sua capital, que se vestiu de preto e branco, e está dividida entre mineiros e cariocas. Nada estranho já que estamos falando de dois países que amam futebol e vivem a expectativa de uma final brasileira de Taça Libertadores da América. Neste sábado, a partir das 17h, a bola rola para a disputa de uma final inédita. 

Atlético-MG e Botafogo disputam um confronto de parar o coração para ver quem é o melhor clube da América do Sul. O palco é o mesmo da final da Copa de 1978.  O Monumental de Nuñez terá uma festa brasileira, com certeza. 

E para os torcedores dos dois clubes, sair do País para ver uma decisão, não tem preço. Sair da atmosfera da rotina e respirar novos ares. Um universo que abre a prosperidade de um título. O orgulho e amor são oxigênio para a realização de um sonho. Sendo assim, não há como perder a oportunidade de apoiar o time. Aquelas contratações equivocadas, jogadas bisonhas e gols absurdos perdidos são esquecidos. Xingamentos riscados do dicionário boleiro. O amor é que toma conta. É o que justamente permeia a mente da carioca Simone Zani, que ao lado do esposo Yuri Zani, e o filho Rafael, de apenas 15 meses de vida, e a que faz sair do Canadá para apoiar o Botafogo nessa grande decisão.
 
<i>(Foto: Arquivo Pessoal)</i>
 
Simone e Yuri deixaram o Rio de Janeiro há alguns anos em busca de melhor qualidade de vida. E levam a paixão pelo futebol com uma particularidade: ela é botafoguense de coração e não abre mão desse amor. Ele é torcedor do Flamengo, mais brando e, portanto, não faz cara feia para torcer pelo time rival, mas da sua esposa. A paz em casa, no que se trata de futebol, é reflexo de uma longa amizade. São amigos de infância, se tornaram namorados ao longo dos anos e chegaram ao altar. Trocaram sim. Em Buenos Aires, encontraram amigos, familiares e confraternizaram em nome do futebol. “Já fiz a loucura de ir a um Botafogo x Flamengo na véspera do meu casamento. Vencemos com direito a gol de Loco Abreu, numa cavadinha cobrando pênalti”, lembra Simone. 
 
 
GALO  
Os torcedores do Atlético-MG também fizeram suas loucuras. O grupo de torcedores, chamado Motogalo, saiu de Belo Horizonte para Buenos Aires de moto. São 2.578 quilômetros de estrada.  A duração da viagem é 35h, mas que se estende pois seus integrantes vão parando no caminho para celebrar a paixão pelo Galo e pela moto. “A soma dessas paixões fez surgir a Motogalo. E estamos indo para comemorar mais uma conquista”, diz Antonelli, um dos fundadores do grupo.

O odontólogo e escritor Aloísio Junior, ao lado da esposa Marise e os filhos Bruno e Henrique, decidiram passear por Buenos Aires, quando o Galo ainda disputava as semifinais. Deu tudo certo. A família se juntou às famílias amigas Henrique, Paula e Pedro Henrique, e Gustavo e Waleska, para brindar a paixão pelo Galo.  “Vamos comemorar no pagode do Galo”, diz Aloísio. 
 
<i>(Foto: Arquivo Pessoal)</i>
 
Circular pelas ruas de Buenos Aires, nos últimos dias, foi desfrutar do desfile de liberdade. Parece paradoxal, afinal, no Brasil, o que mais se ver são episódios de violência por falta de respeito e compreensão de que todos tem o direito de escolha por qual clube torcer. Mas parece que uma decisão de Libertadores, entre clubes de estados distintos traz um sentimento fraternal. Foi possível ver botafoguenses e atleticanos num mesmo ambiente e em paz.

Mas havia os QGs das torcidas. No bairro da Recoleta, a diretoria do Atlético-MG arrendou um bar e ornamentou com os adereços do clube. Já a torcida do Botafogo ficou, em sua maioria, em Palermo. Em ambos os  bairros, a festa parecia não ter hora para acabar. Imagina como será quando o árbitro apitar o final da grande decisão. Seria tão bom que essa festa do futebol fosse infinita nos quatro cantos do mundo.
 
 
*Jornalista parceiro  

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