Israel aproveitou o rebote do goleiro Michael para balnçar as redes (Foto: Rafael Vieira/FPF)
No mundo utópico do futebol, imagina-se que os jogadores são como máquinas. Seja no quesito atlético ou emocional. A realidade, contudo, está sempre distante. Conhecida como a Doença do Século, a depressão também acaba entrando em campo. A prova disto é o lateral-direito Israel, do Retrô, que desabafou após marcar o gol de empate da Fênix sobre o Santa Cruz pelo Campeonato Pernambucano.
Após passar 10 meses parado por conta de uma cirurgia para recuperação dos ligamentos do joelho, Israel quase pendurou as chuteiras e revelou as dificuldades desse período. "Cheguei a entrar um pouco em depressão, todos os dias bebendo, coisa que eu nunca fiz", falou o atleta, aos prantos, à repórter Sabrina Rocha, da TV Globo.
O maior "porto seguro" para Israel foi sua filha. Atualmente com 29 anos, o atleta destacou que se não fosse por ela, poderia ter abandonado a carreira dentro das quatro linhas.
"Cheguei várias vezes a pensar em parar, desistir, ir embora. Mas eu tinha uma pessoa que eu tive que trabalhar incansavelmente, que era minha filha. E todos os dias eu pensava nela. Ela foi o fator principal para me dar suporte, dar força, garra, de eu nunca ter desistido”, disse.
Feliz com a volta por cima, o lateral-direito retroense pontuou que sonhou muito tempo em voltar a jogar e havia tido a sensação de que conseguiria marcar um gol. "Ainda falei para os meus amigos, estou sentindo algo diferente, de que vou poder entrar no jogo e fazer o gol. Falei para meu colega, vai na primeira bola que vou fazer um gol. Depois veio a emoção, veio tudo que eu passei."
Esse depoimento do Israel, do Retrô-PE, é muito forte.
Após 10 meses sem jogar, depressão, Israel encontrou forças em sua filha para poder dá a volta por cima.
"Preciso tomar medicamento, né? Essa bosta dessa doença não é frescura. Eu pensei que fosse passar rápido, algo de poucos meses. Mas é complicado você ter que lidar com isso e eu voltei para o Sport por conta disso (depressão). Quis voltar para a minha terra, abri mão de salários mais altos. Só que às vezes a gente se sente ‘naquela’, não pensa que é capaz. Também eu sofri por conta de lesões, apendicite. Tem hora que tudo só piora", contou à época.
Desde que deixou o Sport no ano passado, Everton está sem clube (Foto: Paulo Paiva/SCR)