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PENALIDADE MÁXIMA II

PF vai investigar esquema ilegal envolvendo jogadores e apostas on-line

Ministério Público de Goiás aponta a existência de esquema para manipular resultados em sites especializados

postado em 10/05/2023 18:41 / atualizado em 10/05/2023 20:03

<i>(Foto: Rafael Veira/FPF)</i>
A Polícia Federal vai investigar a denúncia de que jogadores de grandes clubes de futebol brasileiros atuaram, em conluio com criminosos, para manipular resultados de apostas esportivas on-line. A determinação para que a corporação atue no caso partiu do ministro da Justiça, Flávio Dino. De acordo com ele, existem indícios de que o esquema envolve atletas de vários estados — o que adentra a jurisdição da PF.

O suposto esquema foi alvo da Operação "Penalidade Máxima II", conduzida pelo Ministério Público de Goiás. As investigações apontam que jogadores combinavam lances para favorecer apostadores que pagavam propina. Em uma das situações, por exemplo, um jogador combinou de cometer uma falta, para levar um cartão amarelo.

O apostador, então, aplicou dinheiro no site de apostas descrevendo este lance, como se fosse uma previsão. Quando o fato se concretizou, o apostador multiplicou o valor que tinha utilizado para apostar. De acordo com informações obtidas pelos investigadores, cerca de 100 jogadores podem estar envolvidos, sendo que 16 já foram denunciados.

Os valores pagos aos atletas que aceitavam participar do esquema girava entre R$ 40 mil e R$ 100 mil. Uma planilha de pagamentos obtida pelos investigadores inclui nomes de atletas como Vitor Mendes, Nino Paraíba, Paulo Miranda e de jogadores de outros países, como o equatoriano Realpe, o uruguaio Jesus Trindade, além de Max Alves, ex-Flamengo, o zagueiro Eduardo Bauermann, ex-América-MG (hoje no Santos); o volante Richard, do Cruzeiro, entre outros. 

Em Pernambuco, três jogadores já foram citados. São eles: o zagueiro Paulo Miranda, que rescindiu com o Náutico, o lateral-esquerdo Igor Cariús e o meia Matheus Vargas, atualmente no Sport. 

Já a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), acompanhando atentemente ao caso, se manifestou através de nota. 

Confira a nota na íntegra 

Com relação a suspeitas de envolvimento de atletas de clubes das séries A e B do Campeonato Brasileiro de 2022, em possíveis atos de manipulação de resultados de partidas, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) informa que o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, enviou ofício à Presidência da República e ao Ministério da Justiça, solicitando que a Polícia Federal entre no caso, com o objetivo de centralizar todas as informações a respeito dos casos em investigação. A CBF, por sua vez, estará à disposição para dar todo o apoio necessário.

A CBF ressalta, ainda, que não há qualquer possibilidade de a competição atual ser suspensa. E vem trabalhando em conjunto com a FIFA e outras esferas internacionais para um modelo padrão de investigação. Vale lembrar que a entidade, que igualmente é vítima destes possíveis atos criminosos, não foi, até o momento, oficialmente informada pelas autoridades sobre os fatos.

Na reunião ocorrida no último dia 7/03, na sede da entidade, com a participação de Promotores e Procuradores de Justiça de diferentes estados do país e do Conselho Nacional do Ministério Público, a Confederação já havia se colocado à disposição para subsidiar situações desse tipo, sempre que acionada.

A CBF ressalta que, tão logo estejam comprovados os fatos, espera que as sanções cabíveis por parte do STJD sejam tomadas de forma exemplar. Mais uma vez, a entidade reforça que o campeonato não será suspenso, mas defende que a punição de atletas e demais participantes do esquema de fraudes aconteça de forma veemente.

"Venho trabalhando em conjunto com a FIFA, demais entidades internacionais, além de clubes e Federações brasileiros, com o intuito de combater todo e qualquer tipo de crime, fraude ou ilícito dentro do futebol. Defendo a suspensão preventiva baseada em suspeitas concretas e até o banimento do esporte em casos comprovados. Quem comete crimes não deve fazer parte do futebol brasileiro e mundial ", assinalou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.

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