Está mesmo em período de eleições? Não parece. Não temos uma candidatura pujante sequer!
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Estupefato, noto uma apresentação solta de nomes para presidir o Santa Cruz Futebol Clube sem que sejam alicerçados por colegiados comprometidos ou que tenham história de dedicação e conhecimento das nuances que fazem do Santa Cruz Futebol Clube um time sem divisão no futebol nacional, “afogado” em dívidas e que ainda desperta interesse de investidores em torno da nova “vedete” do futebol brasileiro que são as Sociedades Anônimas de Futebol – SAF.
O que mais me incomoda na condição de torcedor e crítico e não vermos nem ouvirmos projetos afetos exclusivamente ao futebol do clube, que é por óbvio o seu carro-chefe, ou ainda sobre as categorias de base, sobre as demais modalidades esportivas que o Santa Cruz possui tradição, sobre o seu patrimônio, sobre os seus funcionários, em especial, o que de fato mais importa, sobre o fato absurdo e impressionante do clube está de fora da Quarta Divisão do Campeonato Brasileiro de Futebol, ausente da Copa do Brasil de Futebol e à mercê de passar novos vexames na Copa do Nordeste de Futebol e no Campeonato Pernambucano.
Não há notícia sobre necessárias tratativas e apelos à CBF para uma nova formatação da Quarta Divisão do Campeonato Brasileiro de Futebol ou ainda de trabalhos de sensibilização para os clubes de Pernambuco (Retrô e Petrolina) que conquistaram de forma legítima e no campo o direito de disputarem a competição oportunizarem esse direito ao Santa Cruz em torno de uma parceria que posa significar melhores condições a eles que a própria disputa da competição.
Inúmeras, legais e razoáveis propostas de parceria poderiam ser desenhadas. Que tal o Petrolina receber em seu estádio um jogo do Santa Cruz com o compromisso de casa lotada e bilheteria garantida, ou mesmo ter uma participação nas bilheterias do Arruda, ou ainda ver seus jogadores no elenco tricolor cobra coral com a possibilidade de, quem sabe, melhor valorizá-los e alçar boas negociações. Não seria pedir muito se muito for o esforço para prestigiar o clube que pudesse possibilitar contribuir diretamente com o ressurgimento do Santa.
Pernambuco que já possui o simbólico e emblemático Íbis Sport Club está prestes a ver o MAIS QUERIDO DO POVO, o CLUBE DAS MULTIDÕES, o TERROR DO NORDESTE, o FITA AZUL e um dos donos dos melhores públicos de futebol do Brasil agonizar fora dos palcos nacionais, eis que o único assunto que hoje permeia os espaços de discussão e da própria imprensa é em torno de uma falaciosa e escondida proposta de SAF como se fosse, esse fato, o divisor de águas na história centenária do tricolor cobra coral.
Ninguém é capaz de publicizar uma proposta sequer! Por qual motivo? Não existe transparência da e na gestão do clube e o que estamos testemunhando é a asfixia da torcida mais apaixonada do Brasil.
Temos entre as candidaturas postas a do atual presidente do Santa Cruz, registre-se, alguém que sequer foi eleito para tanto, fruto da atabalhoada e covarde gestão intitulada PRO-SANTA, um grupo que representa o maior estelionato eleitoral da história do clube, e que depois de eleito resolveu partir em retirada. Os demais nomes citados não recordo de ter visto nas sociais do clube e olhe que é difícil esse que vos escreve faltar aos jogos do Santinha.
O curioso na candidatura do atual mandatário do clube é que simplesmente não temos conhecimento do que já está sendo posto em prática ou mesmo o que existe em torno das especulações de propostas de SAF ou ainda o que poderemos esperar do futebol em 2024.
Outro ponto interessante no Santa Cruz é a ausência de unidade em torno do clube e não se sabe se o motivo são as dívidas ou o que asseveram sobre ser um “elefante branco” e por isso mesmo essas eleições se tornam cruciais para o seu soerguimento ou, ouso apontar, para o seu encerramento com requintes de crueldade e constrangimentos para a sua fiel torcida tricolor cobra coral.
Torço para que essa crítica seja recebida com espírito aberto por parte do torcedor e principalmente dos atuais mandatários e torço ainda, por mais humildade e menos empáfia, por mais empatia e menos soberba, por uma impensável unidade capaz de priorizar o renascimento do clube e não o que estamos assistindo de camarote, uma briga desenfreada para quem irá conduzir o processo de transformar o Santa Cruz numa SAF, ainda que sem qualquer transparência no assunto.
Importante termos em mente que, mesmo perdendo o protagonismo no futebol, o Santa Cruz ainda não perdeu o seu maior ativo que é a sua imensa, impressionante e apaixonada torcida, mas não há como mantermos o torcedor apenas de lembranças e o momento é crucial e será determinante.
Na ausência de unidade, eu espero ao menos múltiplas candidaturas para que possamos ver tantas quantas sejam necessárias discussões e debates calcados em propostas, sem olhar nos retrovisores ou na sanha de indicar culpados. Vamos torcedor tricolor cobra coral “aumentar a voz” nas redes sociais, ocupar os espaços da imprensa e gritar por transparência, seriedade e compromisso em defesa do futuro do Santa Cruz Futebol Clube e que possamos dizer um sonoro NÃO a quem vem há tempos prometendo sem absolutamente nada apresentar ou realizar.
Delmiro Campos, Santa Cruz de corpo, alma e coração.
*Opinião não reflete pensamento do Diario de Pernambuco
