Brasil e Argentina no Maracanã foi marcado por cenas de violência nas arquibancadas (Foto: DANIEL RAMALHO / AFP)
País da Impunidade
Uma vergonha que assistimos na noite de terça. Um esperado Brasil e Argentina no Maracanã. Duelo que pode ter sido a última vez que Lionel Messi pisaria no principal palco do futebol brasileiro. Seleção argentina, atual campeã mundial e líder das Eliminatórias, contra uma Seleção Brasileira que precisava recuperar seu melhor futebol. Tudo caminhava para uma grande festa. Vem os hinos nacionais e começam as cenas de barbárie, absurdas e surreais, vindas das arquibancadas. Por (ir)responsabilidade da CBF, a “dona” do jogo, torcedores brasileiros e argentinos estavam misturados por todo o estádio. Começa a briga e uma despreparada Polícia Militar vem para “resolver” com uma violência descabida. Mães com crianças nos braços correm desesperadas. Torcedores ensanguentados são atendidos no gramado. Um espetáculo de horror. Engraçado que os dirigentes falam em tratar o futebol como negócio de ponta. Abrem discussões sobre gestão, SAF, organização, planejamento e tudo mais. Mas erram nas coisas básicas, uma delas primordiais: o tratamento ao seu consumidor, no caso o torcedor. Isso só mostra como estamos atrasados. Falta educação para todos os lados: torcida, dirigentes, órgãos de segurança, atletas, treinadores. Como cronistas, somos responsáveis, porque esse assunto vai durar uma, duas semanas e, depois, fica esquecido. Ontem, as transmissões confirmaram que alguns torcedores foram presos. Quantos ainda estão na cadeia? E o responsável pelo espetáculo será punido? E a violência da PM? Infelizmente, somos o País da Impunidade, onde ninguém é responsável pelos erros.
Contra a entrosada Argentina, a Seleção Brasileira jogou muito pouco. O time de Fernando Diniz peca na maturidade para encarar os “Hermanos”. Nós entramos muito fácil na “pilha” deles. Nos preocupamos em equiparar o duelo na pancada. O belo gol de Otamende é fruto de erros na bola área defensiva. A expulsão de Joelinton foi injusta e derrubou qualquer reação.
Falta liderança
Antes do jogo começar, Rodrygo foi cercado por Messi, De Paul e Lo Celso. Foram pra cima para intimidar o atacante brasileiro. E conseguiu, já que Rodrygo pouco fez ofensivamente. Nossa Seleção não tem um líder dentro de campo. Uma liderança que possa encarar os argentinos e ter atitude para pressionar o árbitro.
Como é que é?
“Eu tento, eu busco, me movimento. O gol é inevitável. Acredito que não seja meu ponto forte”. Disse o atacante da Seleção Brasileira, Gabriel Jesus, que disputou duas Copas e não fez nenhum gol.
Os dois lados
Como pode o Brasil ser uma potência nos Jogos Parapan e Paralímpicos, e termos um tratamento tão desigual e sem respeito com os PCDs no nosso dia a dia?