Beto Lago: 'A temporada das especulações é bem pesada para quem faz jornalismo esportivo'
Ouvimos empresários, dirigentes e torcedores que chegam com cada história, algumas que servem apenas para levantar a bola de algum treinador ou jogador
As peruas são tradicionais no período de contratações (Foto: Rafael Vieira/DP Foto)
As peruas
Agora vale tudo. A temporada das especulações é bem pesada para quem faz jornalismo esportivo. Tentamos ficar longe de qualquer fofoca, boato, opiniões que aparecem nas redes sociais, mas não dá para fugir. Ouvimos empresários, dirigentes e torcedores que chegam com cada história, algumas que servem apenas para levantar a bola de algum treinador ou jogador. Claro que, como obrigação jornalística, a primeira coisa que faço é tentar um contato com um dirigente dos nossos clubes. Saber se é verdade ou não, se tem alguma possibilidade de tal atleta chegar. Alguns dirigentes são bem “escorregadios”, tentam fugir dos nossos questionamentos ou não atendem nossas ligações. Neste momento, fica a tal “pulga atrás da orelha” sobre a veracidade ou não de tal informação. Praticamente será assim até o início da pré-Copa do Nordeste (aqui para Santa Cruz e Retrô) ou dos Estaduais (a competição oficial que abre o calendário de 2024). Aqui na coluna do Diario de Pernambuco ou no programa com Léo Medrado, no YouTube, tento não cair nestas “peruas”. A bronca é quando escorregamos nas “fakes news”. Não tem jeito: é se desculpar no dia ou na coluna seguinte. Reconhece o erro e continua se policiando para não repetir. Algumas mentiras se tornaram até engraçadas e marcaram o futebol pernambucano: o italiano Luca Toti reforçará o Sport; o argentino Verón será o cara do Leão na Libertadores de 2009; o craque holandês Edgar Davids chega para o Náutico; Ariel Ortega acertado com o Santa Cruz. Quem não se lembra destas dignas brincadeiras de 1º de abril? Fizeram histórias, em momentos que as redes sociais não existiam ou apenas engatinhavam. Era muito mais fácil cair naquela época. Ou não?
A última rodada do Brasileirão serviu mesmo para definir a última equipe que seria rebaixada. Quem estava com a vaga na Libertadores ou Sul-Americana poderia ter desprezado a reta final, mas tinha uma motivação entre os clubes: a premiação recebida ao final da Série A. Só para observar a diferença bem significativa, o sétimo colocado leva R$ 33,4 milhões e o 12º lugar fica com R$ 19,1 milhões.
Em alta
Árbitro que mais apitou no Brasileiro da Série A (28 jogos), o pernambucano Rodrigo José Pereira de Lima tem boas chances de receber o escudo da Fifa. Dos árbitros que tivemos neste ano e com tantos erros absurdos, com certeza, Rodrigo Pereira se destacou e merece entrar na elite da arbitragem mundial. Só estranhei ter sido o quarto árbitro justamente na última rodada, na partida entre Bahia x Atlético/MG, em Salvador.
Sem projetos esportivos
Fiquei fora nos últimos dias, envolvido como mestre de cerimônias do TELA, que é o projeto de mercado do Cine PE. Filmes e documentários foram apresentados para os principais players do mercado audiovisual. Ao falar com o diretor do TELA, Alfredo Bertini, comentei que senti falta da temática esportiva, mas nenhum trabalho chegou no período de inscrição. Fica a dica para quem curte cinema e esportes para colocar seus projetos no evento em 2024.