Yuri Romão em coletiva de imprensa nesta terça (20) (Foto: Paulo Paiva/Sport Recife)
Na manhã desta terça-feira (20), na Ilha do Retiro, o Sport oficializou a chegada de Enrico Ambrogini como novo diretor geral de futebol, ao lado do executivo Thiago Gasparino, reforçando a reestruturação do departamento em meio ao delicado momento do Leão na Série A do Campeonato Brasileiro.
Durante a coletiva de apresentação dos novos nomes, o presidente Yuri Romão respondeu questionamentos da imprensa sobre decisões recentes da gestão, o investimento em atletas, o desempenho esportivo do time e a polêmica eleição na Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
"Nós não temos por que nos arrepender. As decisões são tomadas com base naquilo que estamos vivenciando no dia a dia, seja uma decisão mais firme ou de segurar um pouco mais. Tudo é baseado em contexto e discutido internamente. Eu não sou omisso. Agora, também não saio tomando decisões sem que haja embasamento para isso", expressou o presidente leonino.
INVESTIMENTOS NA TEMPORADA
Ao comentar sobre a parte financeira, o presidente reforçou o controle orçamentário da atual gestão, mesmo com altos valores para reforçar o elenco em um campeonato onde o Sport vive uma crise atual.
"A gente tem muito zelo pelo caixa do clube. Para uma Série A, poucos ou quase nenhum jogador chega ao Sport se você não fizer investimento. E os valores investidos, talvez pelo nosso passado, por termos passado muito tempo sem investir, sem adquirir direitos econômicos dos atletas, assustaram um pouco o torcedor e a imprensa. Mas não fizemos nada além do orçamento que foi traçado”, declarou.
Um atletas mais criticados pela torcida é o lateral-direito Matheus Alexandre, comprado por cerca de R$ 9 milhões, que acabou não correspondendo em campo e será emprestado.
"Às vezes, um atleta não dá certo aqui e arrebenta em outro clube — isso já aconteceu diversas vezes. Tanto ele quanto outros têm mercado. Infelizmente, a nossa torcida não tem mais paciência com ele. Então, não adianta a gente ficar expondo o jogador aqui dentro. A escalação dele não depende de mim, nem de nenhum diretor; depende da comissão técnica. Assim como vocês, da imprensa, nós também ficamos surpresos com a escalação dele (contra o Cruzeiro), até pela confiança que o professor tinha", comentou Yuri.
ATUAL MOMENTO DA GESTÃO
Apesar da instabilidade dentro de campo, Yuri ressaltou o avanço administrativo e a dedicação nos bastidores para reverter o momento: "Não se pode negar que o clube vem em uma crescente nos aspectos administrativo e financeiro. Estamos, sim, em um momento ruim do ponto de vista esportivo, mas eu estou há duas semanas dormindo duas a três horas por noite, trabalhando e fazendo reuniões às quatro da manhã para que o clube saia dessa situação. Ruim seria se a gente estivesse enfrentando um momento difícil como esse e eu estivesse posando aqui como se estivesse tudo bem", disse o mandatário.
ELEIÇÃO DA CBF
Yuri Romão também aproveitou a coletiva para se posicionar sobre a eleição presidencial na CBF, na qual Samir Xaud deve ocupar o cargo de presidente deixado Ednaldo Rodrigues. O mandatário leonino revelou incômodo com a condução do processo e defendeu uma maior participação dos clubes nas decisões do futebol brasileiro.
"Nós fomos pegos de surpresa por um imbróglio dentro da CBF. Nós, clubes da Liga Forte União (LFU), a grande maioria, cerca de 30 clubes, decidimos, até o momento, que não vamos aderir automaticamente a um alinhamento com o candidato Samir Xaud. Pode ser que haja uma nova reunião e essa decisão mude, mas, por enquanto, essa é a posição”, explicou.
"Não fomos chamados para qualquer conversa. Foi algo como: 'A chapa é essa, você vem?' Mas não é assim que funciona. Estamos muito firmes nessa posição. Clubes como Internacional, Fluminense, Fortaleza, Sport e até times da Libra, como Atlético Mineiro e São Paulo, também compartilham dessa visão", acrescentou.
"Se é para ganhar uma eleição, que seja de forma democrática. Qual é o peso que nós temos nisso? Quem são os protagonistas do futebol brasileiro — e do mundo? São os clubes. Acredito que chegou o momento de a Libra e a LFU se unirem de vez, formarem a liga e partirem para organizar o Campeonato Brasileiro, com arbitragem profissional e uma estrutura mais sólida. Esse é um momento importante para o futuro do futebol brasileiro", concluiu.