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CS:GO: Imperial e MiBR perdem na estreia, mas reagem e fecham o 1º dia do Major no 1-1

Times brasileiros que disputam a etapa Challengers perderam os primeiros jogos, mas se recuperaram na segunda rodada, vencendo a Liquid e a 9Z

postado em 09/05/2022 18:10 / atualizado em 09/05/2022 22:04

<i>(Foto: Divulgação/PGL/Twitter)</i>
Começou nesta segunda-feira (9) o Major de Counter-Strike da Antuérpia, na Bélgica. O principal campeonato mundial do game, tratado pela comunidade como uma ‘Copa do Mundo’. No horário matinal para o Brasil, a primeira rodada da etapa Challengers foi definida, com derrota dos dois times brasileiros. Porém, à tarde veio a recuperação. Primeiro a Imperial venceu a Liquid, com um bom encaixe do lado TR, terminando o dia com 1-1. O MiBR, na sequência, contou com o brilho de Jota e Tuurtle para vencer o clássico latino com a 9Z, também fechando o dia no 1-1.

Agora as equipes terão pela frente mais um jogo de MD1 cada, partida decidida em um único mapa. A Imperial enfrenta a Bad News Eagles, time sensação européia com atletas do Kosovo, que chegaram até a ser condecorados pelas autoridades do país antes da viagem para o Major.

Enquanto o MiBR vai enfrentar a toda poderosa Astralis, da Dinamarca. Maior vencedora da competição, embora esteja longe dos seus tempos de glória no CS, sempre carrega consigo o forte peso da camisa tetracampeã.

Confira os jogos da 3ª rodada


Formato do Major

Nesta etapa, quatro equipes avançam para a próxima fase. As primeiras rodadas acontecem em mapa único (MD1), utilizando o formato suíço para o campeonato, onde os vencedores vão se enfrentando até que quatro equipes somem três vitórias. Da mesma forma os perdedores também se enfrentam, eliminando os que chegarem a três derrotas. Os jogos decisivos para cravar três vitórias ou três derrotas acontecem na disputa de MD3, melhor de três mapas, para determinar o vencedor.

O Brasil tem dois títulos, conquistados em 2016 com a Luminosity e a SK, ao lado de Ucrânia, Rússia e França. Dinamarca e Suécia, com quatro troféus cada, são as maiores vencedoras.

Brazilian Storm 2.0

Nesta primeira fase são dois times brasileiros participantes: a Imperial e o MiBR. Já a Furia, equipe nacional melhor ranqueada e semifinalista no último Major, já tem vaga garantida para a próxima fase.

O time mais badalado na comunidade, entretanto, é a Imperial, que conta com Gabriel Toledo (FalleN), Lincoln (fnx) e Fernando Alvarenga (fer), únicos brasileiros bicampeões que disputam esta edição, ao lado de Ricardo Prass (boltz), ex-MiBR, e Vinicius Figueiredo (VINI), ex-Furia.

O MiBR, abreviação de ‘Made in Brazil’, é uma das tags mais tradicionais, por ter sido criada como uma organização brasileira ainda em 2003 e campeã Mundial da Electronic Sports World Cup, principal competição do CS à época. Depois de encerrar as atividades em 2012, teve a marca adquirida pela empresa americana Immortals, reacendendo boa parte da torcida brasileira.

TIMES PARTICIPANTES

LEGENDS: BIG, Cloud9, Heroic, Copenhagen Flames, Furia, Faze Clan, NIP e NAVI

CHALLENGERS: Ence, G2, Forze, Astralis, Vitality, MiBR, Imperial e Bad News Eagles

CONTENDERS: Outsiders, Team Spirit, Eternal Fire, Complexity, IHC, Renegades, Liquid e 9Z

1ª RODADA

Imperial joga mal, não encaixa na Dust2 e perde para a Spirit na MD1 de estreia do Major

Um dos mapas mais clássicos do CS desde a versão do 1.6, a Dust2 foi o palco da estreia da Imperial, o "The Last Dance" brasileiro do game. A Spirit escolheu o mapa, deixando para a Imperial a escolha de iniciar no lado CT (contra-terrorista).

A Spirit trabalhou melhor no início, apostando na entrada fundo e um bom trabalho de lurker. Venceram o round pistol e o round forçado, seguido pelo eco da Imperial, abrindo 3 a 0 de cara.

No primeiro armado, o Professor FalleN puxou sua AWP, para proteger o Bomb B junto com boltz. Ambos trocaram frags, mas caíram e deixaram o bomb aberto. Fer e VINI ainda conseguiram o retake, mas não tinham kit-defuse para desarmar a bomba a tempo.

O primeiro round da Imperial veio na bala do Fnx. Protegendo fundo sozinho de M4 silenciada, pegou duas kills e a C4 sob sua mira. Patsi fez um bom lurker novamente e equilibrou, mas o trabalho de Fnx foi o suficiente para garantir o round.

Patsi veio pra jogo no terceiro armado seguido. Com um ace no bomb B, garantiu o 'plant' da C4 e ainda evitou o retake pelo escuro, para o 5 a 1. Com a economia da Imperial quebrada, o 6 a 1 veio como consequência no eco.

Pause da Imperial
Na volta da pausa, VINI e boltz fizeram uma boa cobertura do bomb B, segurando a entrada da Spirit pelo meio. Sem tempo para plantar, a quebra da economia foi devolvida. 6 a 2. E no eco seguinte só de AK-47 herói, VINI fez a diferença na entrada varanda, garantindo o 6 a 3.

De volta no armado, a Spirit manteve a entrada para o Bomb A pela varanda. Patsi "marotou" e pegou a kill sobre o Fer, único que protegia o bomb. Sem kit, FalleN ainda tentou guardar a AWP, mas não conseguiu. 7 a 3. Fnx conseguiu guardar a M4 silenciada para o eco, mas também não fez diferença com a boa entrada A, novamente pela varanda. 8 a 3.

Troca de rounds
Fnx fundo e FalleN varanda, pegaram dois frags cada, garantindo um armado de suma importância, tendo Vini de segunda AWP cobrindo pelo meio. 8 a 4. Mas a Spirit manteve uma boa economia e levou o armado seguinte ainda apostando no A. 9 a 4. Da mesma forma, a Imperial devolveu um bom retake depois, no Bomb B. E no último mapa que marcou o fim do 'half', a Spirit encaixou melhor dessa vez no B e evitou o retake, virando 10 a 5 para a segunda metade do jogo.

Lado TR
A Imperial até conseguiu trocar boas kills no começo do pistol, mas não garantiu no 3x3 com entrada varanda. E o eco da sequência, deixou o 12 a 5 bastante perigoso. E o "abalo" se manteve para os dois mapas seguintes para o 14 a 5, sem encaixar um plant sequer de C4 com a Imperial de TR.

Armado
Fallen conseguiu puxar a AWP pela primeira vez no half, deixando o 20° round mais trabalhado. Fnx caiu primeiro na entrada fundo e Patsi pegou a kill em cima do Fer no lurker da entrada varanda. Porém Vini trocou bem o frag e a Imperial conseguiu o seu primeiro plant, o round, e ainda guardou três armas, para reanimar a torcida. 14 a 6.

Mas a esperança de uma reação logo caiu por terra. Com uma boa proteção fundo do Magixx e um avanço maroto do chopper por escuro baixo, a Spirit pegou os cinco frags sem nem perder arma sequer, abrindo expressivos oito match-points de vantagem. A vitória se confirmou sem nem ao menos a Imperial ter tempo para plantar. 16 a 6.

MiBR faz jogo equilibrado com a Outsiders, reage no fim com TR encaixado, mas não evita a derrota na D2

Camisa mais tradicional do CS Brasileiro, a MiBR (Madei in Brazil) estreou logo na sequência contra a Outsiders. O time de Exit, Tuurtle, Chelo, Jota e Wood7 também decidiu a MD1 na Dust2, abrindo o mapa no lado CT.

E abriram bem. Logo de cara ganharam o pistol e os dois mapas seguintes. Mas a Outsiders devolveu apostando mais no Bomb B e começou a troca de rounds até o 5 a 2, ainda com vantagem e provocação da MiBR. No forçado, a scout na mão no Wood7 não conseguiu segurar o avanço pela varanda, e o eco não mudou o cenário do 5 a 4.

Armado
Cada jogador da MiBR puxou uma M4 silenciada. Mas sem cobertura varanda, a Outsiders não apenas plantou sem trocar um tiro sequer, como também teve uma boa cobertura da AWP do Jame na porta do meio, e Qikert fez um lurker preciso para impedir o retake, obrigando Wood e Tuurtle a guardarem as armas. 5 a 5.

A virada veio no round seguinte, porém Tuurtle conseguiu punir a fuga do bomb A para o fundo, e ainda tomou a AWP do Jame. Mas não surtiu efeito, e a Outsiders seguiu entrando fácil no Bomb A, abrindo 8 a 5, devolvendo também as provocações.

A MiBR reagiu no fim do half, contando com um bom mapa de Wood7, que pegou bons frags na defesa do Bomb B e impediu o clutch do Jame após o plant no A. Com novo gás, o time brasileiro conseguiu também o mapa seguinte, fechando o lado CT perdendo por 8 a 7, com equilíbrio no game.

Lado TR
De terroristas, a MiBR não conseguiu vencer o pistol, mas garantiu o plant no bomb A. A boa economia possibilitou um round seguinte armados de AK, 'Galiu' e scout, garantindo o oitavo ponto. Mas a Outsiders respondeu à altura com 10 a 8 e provocando o eco de AK-herói para os brasileiros. A entrada varanda não deu certo, e o 11 a 8 foi tornando a situação mais perigosa.

Tentando uma nova estratégia, o nono ponto do MiBR veio com entradas fundo e varanda bem coordenadas, obrigando o Jame a fugir do bomb e guardar a AWP. Mas no Bomb B, o encaixe não foi tão bom, a Outsiders respondeu abrindo três mapas em seguida, para 14 a 9, sem nem deixar o MiBR plantar e restabelecer a economia.

No eco de Ak-herói, Chelo conseguiu a first kill pela porta do meio na troca com Yekindar, mesmo saindo machucado. Qikert e Jame protegeram a entrada varanda, novamente sem permitir o plant. 15 a 9, com seis match-points points.

No armado, o trabalho varanda e escuro baixo foi bem executado, e em vantagem de 5x3, o plant no bomb B ficou livre para o 15 a 10. E no round seguinte, a first kill de Exit no fundo facilitou o trabalho de entrada na Ae ainda tirando armas da Outsider, que tentou um eco de AWP-herói. Sem efeito. 15 a 12 e reação mais forte crescendo para os brasileiros.

O 15 a 13 veio com um verdadeiro nó tático do MiBR. Depois de limpar o Bomb B e girar pela base TR, deslocando os três restantes da Outsiders para o bomb A, os brasileiros deram um belo "drible" pelo escuro baixo e subiram novamente para plantar no B vazio. 15 a 13 e o armado principal garantido para tentar o overtime.

Jota facilitou completamente o trabalho da equipe, abrindo caminho pelo escuro para o bomb B livre, sem dar um único tiro. E mais. Ainda se posicionou de frente para a porta, pegando o desavisado de costas que tentou o retake sem nem ao menos imaginar que Jame teria deixado a porta descoberta. Foi um bom 15 a 14, mas com três armas nas mãos dos rivais. O que foi fundamental para proteger a entrada fundo enfileirada de três kills, num posicionamento errado dos brasileiros. No 2x4, o overtime ficou por um milagre. Que não veio. Um 16 a 14 honrado.

Challengers - 1ª rodada

Vitality 16 x 1 Complexity - Inferno
Bad News Eagles 16 x 14 Eternal Fire - Dust2
G2 16 x 6 Liquid - Inferno
Forze 16 x 9 Renegades - Nuke
Astralis 16 x 2 IHC - Nuke
Imperial 6 x 16 Team Spirit - Dust2
MiBR 14 x 17 Outsiders - Dust2
Ence 16 x 7 9Z - Mirage

Com bom encaixe de TR na Inferno, Imperial vence a Liquid e se recupera no Major de CS:GO

<i>(Foto: Divulgação/HLTV)</i>
O segundo jogo do dia reservou para o Professor Fallen o encontro com o seu ex-time, de onde teve uma saída um tanto quanto turbulenta. A americana Liquid, que mal ofereceu resistência para a G2, até dificultou o trabalho da Imperial, mas no lado TR da Inferno, os brasileiros se sobressaíram, enchendo de nostalgia os torcedores mais antigos do CS brasilerio.

Pistol
A Liquid se saiu melhor plantando a C4 e levando o primeiro pistol da Inferno. Mas a Imperial respondeu no forçado com bom trabalho das Eagles. E ainda venceram bem o terceiro e o quarto round num eco dos americanos, virando para 3 a 1. Fer se destacando com oito frags e apenas uma morte.

A Liquid devolveu no round seguinte, mas o encaixe do CT da Imperial falou mais alto, sobretudo com o bom uso de utilitárias. Os brasileiros abriram 6 a 3, com Fer e Boltz ‘amassando’ juntos no mapa com 15 e 13 frags, respectivamente, sem deixar a Liquid fazer boa economia. Vini na areia, também começou a fortalecer o trabalho na Inferno, protegendo o bomb A para o 8 a 3.

Liquid reage ainda de TR
Mas o domínio da Imperial parou no round seguinte. Mesmo com uma economia abalada e forçando, a Liquid se recuperou e minimizou a vantagem do half para 8 a 7.

Lado TR da Imperial faz a diferença
No segundo pistol, novamente a Liquid se sobrepôs, com um ace do Naf-Fly, encaixando bem com a USP, travando a entrada da Imperial pela banana. A Liquid, dessa vez, não deu chance no forçado, e virou a partida para 9 a 8, dando ares de drama maior para a partida.

Mas no armado os brasileiros deram o troco, seguindo a troca de rounds até o 22º, quando a Imperial abriu 12 a 10. Um bom drible no giro pelo meio para plantar no limite do tempo no Bomb A, e segurar o retake com posicionamento invertido da dupla Fnx e Vini, desta vez na areia e no bomb respectivamente. Uma coordenação que só as equipes mais entrosadas conseguem.

Segurando os retakes nos rounds seguintes e com plants rápidos, a vantagem cresceu para 15 a 10, tendo cinco match-points e um armado forte pela frente. E para fechar, Fnx e Fer pegaram os primeiros frags no campanário, deixando a vantagem de 4x2. Naf-Fly, persistente, ainda tentou o clutch contra três no bomb B, mas não foi o suficiente.

Vitória importante para deixar o ‘Last Dance’ com 1-1 para o segundo dia do Major, com direito a mais de 270 mil pessoas acompanhando pela Twitch TV, no canal do streamer Gaulês.

Com direito a catimba, MiBR vence a 9z na Overpass e fecha o dia com 1-1 no Major de CS:GO

Pressionado pela primeira derrota, restou ao MiBR o 'clássico' latino com a organização argentina 9Z, estreante no Major, mas que também conta com atletas do Uruguai e do Chile. Na Overpass, onde os hermanos levam vantagem pelo CS apresentado recentemente, fo que ficou evidente no começo, com a 9Z abrindo 3 a 0 com segurança no lado TR.

No primeiro armado, Wood7 fez a diferença e conseguiu duas kills para evitar o plant. O cenário também se seguiu no armado seguinte do 5º round sem o MiBR perder arma. O empate veio no forçado da 9Z, igualando o 3 a 3. E no forçado de AK-herói, a virada. Jota fez uma grande jogada de marotar pela rua e pegar dois frags no banheiro, 'defusando' em seguida no bomb A para o 5 a 3.

A essa altura, a 'catimba' também fez parte do clássico, fazendo jus a um Brasil x Argentina em qualquer esporte. Com provocações de ambos os lados a cada round vencido, numa trocação que se desenrolou no primeiro half inteiro. Jota e Exit desequilibrando pelos brasileiros, com Dgt e Dav1d se destacando no lado adversário, que fechou em vantagem a primeira parte do mapa, com 8 a 7.

A magia do CS do MiBR
Chelo foi o nome do round pistol para o MiBR, empatando o 8 a 8, da mesma forma que de Eagle, no forçado, Max conseguiu impressionantes quatro kills de lurker, recolocando a 9Z na frente. Em vantagem também econômica, o time argentino abriu 11 a 8, até Tuurtle fazer uma boa defesa no bomb A com a AK na mão. 11 a 9.

A vitória no 20º mapa recolocou o MiBR no jogo, novamente trabalhando bem no bomb A para marcar o 10º ponto. E no armado seguinte, a 9Z ainda se recuperou de novo para o 12 a 10. Mas novamente dominando o A, o MiBR empatou com Jota conseguindo boas kills de entry pelo fundo. E virou com Wood7 e Tuurtle segurando o 2x2 para o 13 a 12. O equilíbrio era tamanho, que os times chegaram com 14 a 14 para definir o jogo, ambos para um armado e de economia semelhante.

Tuurtle brilha no clutch
No 29º round, o MiBR foi cauteloso ao máximo - até demais - para entrar no bomb A, agindo somente no limite do tempo do plant. A 9Z defendeu bem, com Dgt pegando duas kills na saída do banheiro, deixando o Tuurtle no carro-forte em uma situação perigosa de clutch 1x2.


Foi quando o brasileiro brilhou. Ou melhor, 'a tartaruga mordeu'. Restando apenas quatro segundos, ganhou o round de forma heroica, pegando as duas kills decisivas para o match point. E para fechar, com a 9Z sem boa economia, a entrada B foi impecável e deu ao MiBR o status de 1-1, fundamental para dar tranquilidade no dia seguinte do Major.

Challengers - 2ª rodada

G2 19 x 17 Spirit - Dust2
Forze 16 x 7 Bad News Eagles - Inferno
Ence 16 x 6 Outsiders - Vertigo
Astralis 8 x 16 Vitality - Mirage
Eternal Fire 16 x 2 Renegades - Vertigo
Complexity 16 x 13 IHC - Nuke
Imperial 16 x 10 Liquid - Inferno
MiBR 16 x 14 9Z - Overpass

CONFIRA OS BASTIDORES DA IMPERIAL NO PRIMEIRO DIA DO MAJOR DA ANTUÉRPIA

Tags: imperial mibr fallen fnx fer vini boltz major csgo counter-strike jota tuurtle wood7 chelo exit