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Uniformes do Brasil para as Olimpíadas 2024 são criticados; COB e Riachuelo se manifestam

Looks são compostos por calça ou saia branca, camiseta que pode ser verde ou amarela e jaqueta jeans bordada por artesãs de Timbaúba dos Batistas (RN)

postado em 25/07/2024 13:20 / atualizado em 25/07/2024 15:48

<i>(Foto: Foto: Alexandre Loureiro/COB)</i>

 
As roupas que serão usadas pela delegação brasileira na abertura oficial dos Jogos Olímpicos de Paris, marcada para esta sexta-feira (26/07), vêm sendo alvos de crítica desde a sua divulgação, meses antes do grande evento esportivo.

Os looks são compostos por uma calça ou saia branca, uma camiseta que pode ser em tons pastéis de verde ou amarelo e uma jaqueta jeans bordada por artesãs de Timbaúba dos Batistas, no Rio Grande do Norte. 

Assinada pela varejista Riachuelo, a coleção não agradou o público, que apontou a qualidade do tecido, o design visto como pouco inovador e o nível de conforto como alguns dos defeitos dos trajes.

Nas redes sociais, o influenciador Caio Braz afirmou que, “embora haja um elemento de relevância, que é o bordado, valorizando esse trabalho rico do Nordeste brasileiro, faltou conexão com o contemporâneo. Faltou sal, tempero, borogodó. É uma roupa que aparenta estar atualizada e projeta imagem de um país desatualizado”.

Já a cantora Anitta, disse que “o look representa exatamente como o atleta é tratado no país. Sem estrutura, sem oportunidades, desvalorizado”. A artista ainda afirmou que, no Brasil, os atletas são grandes vencedores apenas por resistir nesta posição: “Acho que o olhar veio pra reafirmar exatamente isso, como que o atleta precisa ser guerreiro e passar por poucos e boas pra seguir seu sonho”.

Em resposta às críticas, Cathyelle Schoreder, diretora de marketing da Riachuelo, disse, em entrevista ao UOL, ficar triste com os comentários, tendo em vista o amor e a dedicação colocados no projeto. “Ninguém fez pensando em não agradar, ou pensando que não seria legal, muito pelo contrário. E por isso a gente está ouvindo, acolhendo”, comentou. “A gente queria uma peça que contasse a história e o resto do uniforme fosse uma alusão ao minimalismo".

A executiva ressaltou, ainda, a participação do Comitê Olímpico do Brasil (COB) na criação das peças: "Não é mais Riachuelo e menos COB ou mais COB e menos Riachuelo. É de fato uma co-construção e desde o início, desde quando nasce o briefing das vontades, dos desejos, e de todo o processo de validação, é tanto responsabilidade de COB quanto de Riachuelo. Toda essa bola sempre foi dividida. Tudo é feito em consenso".

Em seguida, Cathyelle enfatizou a importância do projeto para as bordadeiras de Timbaúba dos Batistas. "Quando a gente olha para esse projeto, tem um lado que nos deixa muito felizes e orgulhosos, que é o tamanho e a proporção da transformação que a gente gerou na vida das pessoas que a gente se propôs a ajudar. Desde que elas começaram a divulgar esse projeto, elas estão com trabalhos para fora, estão sendo procuradas. Quando a gente olha o tamanho do impacto que isso, isso é imenso. É um negócio que a gente tem muito orgulho de contar. Tem uma verdade por trás do que foi feito, que é isso. Tudo foi feito pensando nesse contexto”, comentou.

A Riachuelo também recebeu críticas sobre a forma com que as roupas de viagem da delegação brasileira, usadas pelos atletas até a chegada na Vila Olímpica e de responsabilidade da marca, foram entregues, em sacos de pano bege. De acordo com Cathyelle, a varejista não se envolveu na entrega das roupas, sendo o modo como isso foi feito uma decisão do COB.

Por sua vez, Paulo Wanderley, presidente do comitê, acredita que a atenção do público está no lugar errado. "Não é Paris Fashion Week, são os Jogos Olímpicos. Então nosso foco está nisso. A gente sempre tem comentários excelentes, basta ver os vídeos dos próprios atletas nas redes sociais", declarou em conversa com jornalistas em Saint-Ouen, na França, conforme citou a Folha de S. Paulo.

Gustavo Herbetta, diretor de marketing do COB, também opinou sobre o assunto, afirmando que a escolha das roupas passou por longa aprovação da equipe do comitê e que o COB não se arrepende da escolha. "A gente, obviamente, participou de todo o processo de escolha desse uniforme, a gente aprovou com muito orgulho. Se precisasse a gente aprovaria esse uniforme de novo", disse.

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