
E Pernambuco vai fazer parte desta grande festa. Entre estreantes e veteranos, o estado terá cinco representantes: Dois são do handebol, o técnico Cristiano Rocha e a goleira Renata Arruda. Na marcha atlética, Erica Sena. Fernando Balotelli é o cara do decatlo. E no boxe Carol Naka também vai levar um pouquinho de Pernambuco à Paris.
Ao todo, o Brasil terá 277 atletas em Paris-2024, distribuídos em 39 modalidades diferentes. As mulheres representam 55% da delegação (153 a 124), um aumento em relação à última edição da competição, onde representavam 47%. Em Paris, o Time Brasil terá a terceira maior delegação da história, atrás apenas da delegação do Rio-2016 e Tóquio 2020 e empatada com Pequim 2008.
ERICA SENA
A mais experiente da “delegação” pernambucana é Erica Sena. Nossa representante na marcha atlética vai para a 3ª participação em Jogos Olímpicos. Na estreia, logo no Rio de Janeiro-2016, foi sétimo lugar. Já em Tóquio-2020, a pernambucana natural de Camaragibe viveu um drama.
Ela estava lutando pela prata, quase ultrapassando a segunda colocada, mas tomou uma terceira advertência (na marcha, não se pode tirar os dois pés do chão ao mesmo tempo). Ficou dois minutos parada e perdeu até o bronze, que estava praticamente assegurado.
Frustração superada, agora ela só pensa em conquistar em Paris a sonhada medalha, que esteve tão perto em Tóquio. “Um dia eu levantei e falei: vou tentar mais uma vez! E aqui estou eu, tentando de novo. Paris 2024 será os meus 3° Jogos Olímpicos. Poderia desejar algo mais? Sim, mas por agora está bem. Dia 1º de agosto será o dia da minha prova, 20km”, postou Erica, confiante, nas redes sociais.

RENATA ARRUDA
A goleira de handebol Renata Arruda também já viveu a experiência olímpica. Assim como nos Jogos de Tóquio, ela foi convocada outra vez para a Seleção Brasileira. Natural de Olinda, ela foi destaque e recebeu o prêmio de melhor jogadora (MVP) das finais da Europa League feminina de Handebol, atuando pelo CS Gloria 2018, da Romênia.
Nascida em Olinda, Renata Arruda iniciou seu contato com o Handebol em 2010, no Colégio Imaculado Coração de Maria. Com o sucesso imediato, foi para o Clube Português do Recife e já conquistou suas primeiras medalhas como goleira de handebol.
Com atuações de destaques já pela seleção brasileira juvenil, a goleira pernambucana deixou o país em 2017, aos 18 anos, e foi atuar pelo Handebol Espanhol. Renata atualmente tem 25 anos e, após passagem pela Espanha, está atuando pelo CS Gloria 2018, da Romênia. “Acredito que a diferença da Renata da última Olimpíada para essa é a experiência. Hoje em dia, estou jogando numa liga muito mais competitiva, conseguindo um feito muito bonito na competição europeia. Eu acho que a experiência conta muito nesses tipos de competições”, destacou Renata, que vai ser comandada pelo técnico Cristiano Rocha, com quem treinou durante um bom tempo no Clube Português do Recife.
As brasileiras estão no Grupo B de Paris 2024 e terão como adversárias na primeira fase: Angola, Espanha, França, Holanda e Hungria. A estreia do Brasil acontece no dia 25 de julho, contra as espanholas, às 9h (horário de Brasília).
FERNANDO BALOTELLI
No time dos “marinheiros de primeira viagem” em Olimpíadas temos o representante do decatlo Fernando Balotelli e a boxeadora Carol Naka.
José Fernando Santana, o Balotelli do atletismo - que saiu de Pesqueira, no Agreste de Pernambuco, para treinar em São Paulo em busca do sonho -, conseguiu, na base da emoção, carimbar o passaporte para Paris. Após a divulgação do ranking internacional, Balotelli apareceu na 24º colocação, posição limite para se classificar para a Olimpíada no decatlo.
José Fernando, que tem o apelido pela semelhança física com o astro do futebol italiano Mario Balotelli, sagrou-se tetracampeão do Troféu Brasil de Atletismo no último mês. O pesqueirense conquistou a prova com a melhor marca da sua carreira. Balotelli terminou as dez provas com a marca de 8.063 pontos. Este foi seu terceiro título brasileiro seguido do pernambucano.
“Persista em seus sonhos, pois o primeiro passo para a vitória é desejar vencer. Sem lutas não haverá vitória, sem incentivo não haverá vontade. Não desista jamais, nunca deixe de sonhar e acreditar nos seus sonhos. Persista sobre os seus objetivos, por pior que pareçam as dificuldades”, postou Balotelli em suas redes sociais.
CAROL NAKA
Superação. Em geral, todos os atletas convivem com essa necessidade. Com Carol Naka não foi diferente. Ela, que se chama Caroline Barbosa de Almeida, foi a primeira pernambucana a se sagrar campeã nacional de boxe através do Campeonato Brasileiro de Boxe Elite Feminino.
Mas com o isolamento social em virtude da pandemia de Covid-19, ela desenvolveu depressão e chegou a perder oito quilos. A ajuda de amigos, em especial da educadora Nilda Dias, considerada uma segunda mãe pela atleta, fez com que ela se recuperasse. Treinando em São Paulo há dois anos, Carol só pensa em fazer bonito em Paris.
“Focada na evolução e 100% para o próximo objetivo. É entrega todos os dias”, postou Carol, que não alivia nos treinos, mesmo a poucos dias dos Jogos Olímpicos de Paris.