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Olimpíadas 2024: Caio Bonfim é medalha de prata na marcha atlética

Aos 33 anos, atleta do Distrito Federal nascido em Sobradinho é o protagonista da primeira medalha do Brasil na história da marcha atlética

postado em 01/08/2024 06:56 / atualizado em 01/08/2024 07:26

<i>(Foto: Paul ELLIS / AFP)</i>

O Brasil conquistou a inédita medalha na marcha atltética. No início da manhã parisiense desta quinta-feira (1º/8), madrugada no Brasil, o brasiliense Caio Bonfim cruzou a linha de chegada dos 20km da marcha atlética em segundo e faturou a prata aos pés da Torre Eiffel, com o tempo de 1h19m09s. O ouro ficou com o equatoriano Daniel Pintado. O bronze voltará para a Espanha com Alvaro Martin.

"Estou muito feliz. Paris agora faz parte da minha história. Brasil, obrigado por todos que ajudaram", celebrou Caio Bonfim em entrevista ao SporTV logo depois de cruzar a linha de chegada. "Sou brasileiro, não desisto, é na raça. Consegui manter a técnica e o equilíbrio e levar essa medalha para casa", afirmou, em lágrimas.  

Emocionado, Caio Bonfim desabafou contra o preconceito à marcha atlética no primeiro contato com a imprensa. "Tem que ter muita coragem para viver de marcha atlética. Valeu a pena pagar o preço. Hoje, eu pude falar para meu pai (João Sena) e para minha mãe (Gianette Bonfim, treinadora dele): 'Nós somos medalhistas olímpicos’'. E continuou: "Essa prova aí, parece que nós estamos brincando de rebolar? Vai rebolar 20km, cara! Tem gente que pergunta: 'Qual o intuito dessa prova?' É uma competição de quem caminha mais rápido e ganha de você correndo", disparou Caio.

Um dos trunfos da preparação foi o trabalho em altitudes. Primeiro, o brasiliense encarou os mais de 2.600m de altitude Bogotá, na Bolívia e, antes de desembarcar em Paris, trabalhou a resistência física nos 3.400m acima do nível do mar de Serra Nevada, na Espanha, durante intensivo de 21 dias.

ESTRATÉGIA 
A prova de Caio Bonfim foi estratégica. Antes da largada, enquanto os concorrentes estavam concentrados e sem grandes movimentações, Caio era inquieto e marchava durante a autorização para partir. Abriu o primeiro quilômetro com intensidade, reivindicando a liderança. Sofreu punição e abaixou o ritmo. De abre alas, passou para 35º nos 4km. Porém, tudo fazia parte da estratégia. Embora tenha caído posições, manteve o ritmo para não ficar distante no tempo. Fechou a primeira metade da prova novamente na ponta.
 
A 5km do fim, a prova tinha um desenho do desfecho. O pelotão principal era composto por 10 atletas, separados por um segundo. Em nenhum momento Caio Bonfim a mais de 3 segundos de distância do líder. Na reta final, aumentou o ritmo e deixou de lado a administração do fôlego. Porém, na penúltima foi ultrapassado volta, foi ultrapassado pelo equatoriano Daniel Pintado, enquanto o campeão olímpico em Tóquio-2020, o italiano Stano Massimo, era quarto.

Apesar da prova intensa, os recordes mundiais e olímpicos da prova de 20km da marcha atlética seguem intactos e não foram reestabelecidos em Paris-2024. O primeiro deles perdura desde 2015, quando o japonês Yusuke Nome venceu a corrida realizada em Nomi, no Japão, com o tempo de 1h16m36s. Nos Jogos de Londres-2012, o chinês Ding Chen faturou a medalha de ouro com a marca de 1h18m46s.

Os 20km masculino da marcha abriram os trabalhos do atletismo nos Jogos de Paris-2024. 

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