Esportes DP

SPORT

Balanço financeiro do Sport: Pedro Lima turbina receita, mas dívida aumenta

Ainda em processo de reestruturação, o clube viu sua dívida operacional líquida crescer em 2024, refletindo investimentos estratégicos em infraestrutura e elenco

postado em 30/04/2025 20:38 / atualizado em 01/05/2025 17:01

<i>(Foto: Rafael Vieira / FPF)</i>
O Sport divulgou, nesta quarta-feira (30), o balanço financeiro referente ao exercício de 2024, detalhando de forma transparente a situação das finanças do clube. O documento apresenta informações sobre receitas, despesas, investimentos, patrimônio, dívidas e o cumprimento das metas orçamentárias previstas.

A receita bruta saiu de R$ 72,9 milhões, em 2023, para R$ 135,9 milhões. O destaque para esse salto foi a venda do lateral-direito Pedro Lima, formado nas categorias de base do clube. Negociado com o Wolverhampton, da Inglaterra por 10 milhões de euros, a cria da base rubro-negra foi a maior transação da história de um clube nordestino. O Sport recebeu 60% desse valor em dezembro de 2024, com o restante previsto para o fim de 2025. Lembrando que o atleta também tem uma fatia deste montante. As receitas recorrentes também registraram crescimento, subindo de R$ 70,2 milhões para R$ 75,7 milhões. Aqui estão incluídas verbas de televisão, marketing, bilheteria e sócios, sem contabilizar venda de jogadores.

Mesmo com o crescimento da receita, o Sport fechou o período com déficit de R$ 16,5 milhões. Dentro dos custos operacionais, a maior parte dos gastos foi com despesas com o futebol: R$ 63,2 milhões. 

Dentro de campo, o Leão conseguiu o acesso para a Série A do Campeonato Brasileiro e foi campeão estadual.  Chegou à semifinal da Copa do Nordeste e a 3ª fase da Copa do Brasil. "Não medimos esforços para conquistar esses resultados. Foram investimentos importantes ao longo da temporada e fundamentais para o nosso acesso", disse o presidente Yuri Romão. 
 
DÍVIDAS 
 
Por outro lado, a dívida operacional líquida passou de R$ 210,1 milhões, ano passado, para R$ 224,2 milhões. No documento o clube alega que esse aumento se deu principalmente "a rubrica de fornecedores - reflexo da maior capacidade de investimento do clube na contratação de jogadores, infaestrutura e serviços -, na qual estão saldos sujeitos à Recuperação Judicial e saldos de contas a pagar ainda não vencidos".  
 
O plano de Recuperação Judicial foi aprovado em Assembleia Geral de Credores, realizada em dezembro de 2024. A medida permitirá a reestruturação da dívida ativa do clube, embora os impactos contábeis só devam aparecer após a homologação do plano pela Justiça, prevista para 2025. Na aprovação do plano da RJ, o clube alegou que “reduziu o seu passivo total de R$ 396 milhões para R$ 109 milhões”. Porém, ainda sem a homologação da Justiça, o passivo aumentou de R$ 276 milhões para R$ 345 milhões.  O Sport também recomprou 5% dos direitos de transmissão que haviam sido cedidos anteriormente no acordo com a Liga Forte União. Essa operação será refletida apenas no próximo balanço.
 
<i>(Foto: Rafael Vieira / FPF)</i>
Investimentos

O ano de 2024 passou também foi de aplicação na infraestrutura do Sport: obras na Ilha do Retiro, reformas no centro de treinamentos e a aquisição de um terreno de 14 hectares para expansão. Ao fim do ano, o clube rubro-negro obteve a aprovação do projeto de retrofit da Ilha do Retiro junto à Prefeitura do Recife.
 
Desportivamente, o Sport afirma que precisou elevar o investimento na manutenção de contratos, novas contratações e custos adicionais como luvas, intermediações e salários mais altos, seguindo a tendência inflacionária do mercado do futebol. Também foram feitos investimentos importantes em logística, materiais esportivos e suporte às comissões técnicas. 
 
Jogos na Arena de Pernambuco e queda nas receitas 

De janeiro até outubro de 2024, quando o Sport mandou jogos na Arena Pernambuco enquanto a Ilha do Retiro passava por obras, o clube enfrentou queda na receita de bilheteria. Foram apontados custos operacionais mais altos, menor apelo de público e perda de lucros como estacionamento e vendas de alimentos e bebidas.
 
Outro ponto importante foi a punição imposta pelo STJD, que obrigou o Leão a jogar quatro partidas com portões fechados.
 
Aumento comercial 
 
Em contrapartida, a arrecadação com direitos de transmissão superou as expectativas, de acordo com o Sport. As receitas de sócios cresceram, atingindo R$ 15,2 milhões — aumento de R$ 2,6 milhões em relação a 2023. Houve um pico de 25.662 sócios ativos e 28.395 dependentes. Já a receita comercial com patrocínios teve incremento de R$ 1,8 milhão e ficou 57% acima.
 
Veja aqui o balanço completo

Tags: brasileiro campeonato brasileirão a série patrimonio romão yuri receita dividas financeiro balanço sport