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COPA DO MUNDO

Um sérvio quase recifense: há 10 anos na capital pernambucana, torcedor espera não ser goleado pelo Brasil

Casado e com duas filhas, Dusan Kostic chegou ao Recife em 2012

postado em 23/11/2022 18:24 / atualizado em 23/11/2022 18:25

<i>(Foto: Reprodução)</i>
Desde a primeira edição, em 1930, a Copa do Mundo tem o poder de contar várias histórias incríveis. Seja dentro dos gramados ou fora dele, personagens históricos se amontoam durante os anos, trazendo ainda mais brilho para a maior competição futebolística do planeta. A estreia do Brasil na Copa de 2022 será nesta quinta-feira, às 16h (horário de Brasília), contra a Sérvia, considerada por muitos o adversário mais difícil na primeira fase. 

Aproveitando o confronto entre as duas seleções, o EsportesDP foi conhecer a história de Dušan Kostic. O médico, de 41 anos, nasceu em Pozarevac, Sérvia (ex-Iugoslávia), porém fez dois intercâmbios em São Paulo entre 2004 e 2006, e vive na cidade do Recife desde 2012. Morador do bairro de Casa Forte, o sérvio casou com a pernambucana Isabel, com quem tem duas filhas. 

Apreciador de futebol, o sérvio, apesar de confiante, sabe da dificuldade em passar de fase no grupo G, que também conta com Suíça e Camarões, e torce para seu país não ser goleado contra a pentacampeã do mundo. 

“Acho que vai ser 2 a 1 para o Brasil. Vamos ser realistas. Apenas espero que não aconteça algo que acontecia no passado, como perder de 6 a 0 para a Argentina ou até mesmo o 7 a 1 do Brasil contra a Alemanha. Tenho certeza que vamos nos divertir. A frequência do meu nome (Dušan) no time da Sérvia é óbvia e promete. Veremos”.

Confira outras respostas do sérvio Dušan Kostic

- Como e por quê você saiu da Sérvia e chegou ao Brasil?

“Esta é a pergunta mais comum que recebo. A resposta não é tão fácil. Durante os meus estudos de medicina, na Sérvia, no início do século, fiz dois intercâmbios no Brasil. Na época acabei me apaixonando por uma brasileira, resolvi aprender português e decidi ficar por aqui. No Brasil, o povo brasileiro, percebo muito parecido com o povo dos Balcãs e isso facilitou muito a minha vida aqui. Me sinto em casa desde o primeiro dia”.

- Você acompanha futebol? Vai assistir ao jogo e torcer pela sua seleção natal?

“Como criança adorava futebol, mas eu nunca fui bom nos jogos do bairro, da rua, muito comuns na minha infância. Parei de jogar (mesmo mal) após um acidente, uns anos atrás, mas continuei a assistir os clássicos entre o meu time, Estrela Vermelha, e o principal adversário, Partizan. Atualmente, o meu cotidiano não me permite acompanhar muito os jogos, esporte em geral. Na medida do possível, vou acompanhar e vou torcer pela Sérvia. Na ausência dela, possivelmente vou apoiar os vizinhos, croatas”. 

- Qual sua expectativa para o jogo entre Brasil e Sérvia? 

“O time atual da Sérvia, pelo meu conhecimento, é composto de muitos jogadores que venceram a Copa do mundo “under 18”, no final contra o Brasil. Então, as expectativas são de passar para a segunda fase, pelo menos. O técnico da seleção Sérvia era um dos melhores jogadores da antiga Iugoslávia, Dragan Stojkovic Piksi, ex-jogador do Estrela Vermelha. Ele se mostrou como excelente técnico na China e principalmente no Japão, onde é admirado. Na nossa infância, Piksi era o ídolo de todos que torcemos pela Estrela Vermelha, o mesmo time do grande Dejan Petkovic Rambo. A seleção atual é composta de jogadores jovens e alguns muito habilidosos, como por exemplo são Dušan Vlahovic e Luka Jovic. Além disso, possui jogadores bastante conhecidos e eficazes como Filip Kostic, Sergej Milinkovic-Savic, Dušan Tadic e Aleksandar Mitrovic”. 

- Acredita que a Sérvia pode se classificar para a próxima fase? 

“Vai ser muito difícil uma vez que todos os times do grupo são muito fortes e compactos. É o “grupo da morte” nesta Copa. Lembrando da Copa anterior, não seria surpresa para mim de se repetir exatamente o mesmo cenário. Enfim, podemos torcer para que a sorte fique ao lado dos Sérvios desta vez, junto com o Brasil que vai ser o primeiro no grupo”. 

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