Deficientes visuais se uniram à sua maneira durante o jogo da Seleção (Foto: Romulo Chico/ESP. DP)
A Copa do Mundo sempre é um estandarte por acessibilidade. Quando a Seleção Brasileira jogou no Catar, o país se tornava um só, onde - literalmente - todos paravam para acompanhar aos jogos. Inclusive, aqueles que não enxergam, mas podem sentir, como constatou o Esportes DP em visita à Associação Beneficente dos Cegos do Recife (ASSOBECER), localizada no Bairro de Afogados, durante a derrota do Brasil para a Croácia.
No local, que conta com vários deficientes visuais acolhidos, um animado grupo se reuniu para torcer pela equipe verde e amarela nas quartas de final. "É muito importante essa inclusão e nós aqui da Associação estamos aqui para acolher aqueles que precisam. Essa associação está perto de completar 95 anos e nunca recebemos ajuda da prefeitura. A gente vive de doação, então esse momento da reunião é uma alegria a mais para todos eles", disse o presidente Roberto Dias.
Alguns já nasceram com a deficiência, outros posteriormente. É o caso de Mateus Maurício, que tem 26 anos e reside no local. "Eu enxergava até os seis, sete anos. Lembro de ver o Brasil jogar algumas vezes, a camisa amarela, as cores da bandeira. Meus pais também tinham deficiência", contou.
Enquanto uns se amontoavam próximos à televisão, outros escolhiam uma opção mais reservada, deixando no rádio a esperança de que o Brasil balançasse as redes. 'Quanto tempo falta?' Perguntava Jairo Batista sobre o andamento da partida. Rapidamente, alguns dos auxiliar da instituição respondiam.
Quando Neymar marcou, festa total. O cenário, no fim acabou contrastando com a decepção do empate de Petokivic e as cobranças de pênalti desperdiçadas, minutos depois. E a Seleção Brasileira disse adeus ao Catar.