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Antes de se preocuparem com o enfrentamento direto por um lugar na decisão, São Paulo e Corinthians se voltaram para dentro pelo fim de polêmicas. Em março, o tricolor testemunhou o ambiente ficar tumultuado quando o então técnico Rogério Ceni discutiu com o atacante Marcos Paulo. Com o clima tenso no vestiário, o treinador durou somente mais um mês no cargo. Coube a Dorival Júnior acalmar os ânimos. A mudança de postura no comando guiou o tricolor paulista até a semifinal da Copa do Brasil com um grupo mais unido.
No Morumbi, o tricolor terá a obrigação de ganhar para reverter o 2 x 1 construído na ida pelo Corinthians. Antes de garantir a vantagem, o alvinegro precisou resolver de vez o caso Luan. Semanas antes do jogo, o atacante ampliou a crise pessoal com o clube ao ser agredido por torcedores em um motel. Vanderlei Luxemburgo precisou blindar o time da situação, resolvida apenas um dia antes do primeiro Majestoso, com a transferência definitiva do jogador para o Grêmio. Antes disso, o treinador ainda assumiu o papel de escudo ao chamar para si os protestos da torcida contra vários jogadores. Hoje, colhe os frutos com 11 jogos de invencibilidade.
Tsunami rubro-negro
Ao contrário dos outros rivais da semifinal da Copa do Brasil, o Flamengo viu o vulcão interno entrar em erupção de maneira mais intensa nas três semanas entre a vitória sobre o Grêmio no jogo de ida, por 2 x 0, e o novo encontro entre os times, no Maracanã. No jogo seguinte, Pedro foi agredido por um preparador físico. O caso trouxe holofotes negativos ao clube. Quando a situação se acalmava, o time foi eliminado da Libertadores. Ontem, uma nova contenda interna surgiu com o volante Gerson agredindo o lateral-direito Varela. Conhecido por ter pouco trato no relacionamento com atletas, Jorge Sampaoli se vê com o papel urgente de apaziguar o ambiente e se reuniu com as principais lideranças do elenco rubro-negro. Muito disso passa por não ser eliminado, hoje.
A vantagem de dois gols pareceu até diminuir diante de todo o ambiente turbulento. De perfil totalmente distinto ao de Sampaoli, Renato Gaúcho viu o Grêmio encerrar a tormenta justamente no jogo de ida. Antes, o tricolor convivia com os bate-bocas internos pela possível ida de Luis Suárez para o Inter Miami. Coube ao próprio treinador encerrar o caso ao anunciar o "fico" do uruguaio antes de enfrentar o Flamengo. O ídolo gremista ainda foi o responsável por pavimentar o caminho para Luan voltar ao clube após enfrentar os problemas no Corinthians. Agora, precisa marcar pelo menos três para ir à final da Copa do Brasil.
Os quatro treinadores passaram (ou ainda passam) por situações extracampo antes de um dos jogos mais importantes da temporada 2023. Após encarnarem a figura de bombeiros de problemas internos, Sampaoli, Renato, Dorival e Luxemburgo voltam às atenções para o que sabem fazer de melhor: guiar os times em busca dos lugares disponíveis na decisão da Copa do Brasil. Quem conseguir o feito, com certeza conviverá com dias melhores. Para quem fracassar, restará a missão de impedir novos incêndios nos vestiários causados pelas faíscas da eliminação.