O Sport tem a vantagem de poder perder por até um gol de diferença (Foto: Rafael Vieira/DP FOTO)
Disparidades
Com uma mão e quatro dedos grudados na taça de campeão pernambucano deste ano. Assim é o Sport. O que pode acontecer de diferente para que o Leão não conquiste, sábado, seu 44º título estadual? Somente se o Imponderável de Almeida, do gênio recifense Nelson Rodrigues, entrasse em campo e com sua “sabedoria” previa um Náutico diferente de tudo que vimos desde o início da temporada. O Sport tem a vantagem de poder perder por até um gol de diferença. Tem a vantagem de uma Arena de Pernambuco lotada de rubro-negros (podendo até mesmo bater, mais uma vez, o recorde de público do estádio). Tem elenco superior. Terá seu treinador de volta ao banco de reservas. Enquanto isso, o Timbu precisa se refazer internamente, com a chegada do novo treinador. Allan Aal fez mal para o time em campo e fora dos gramados. Não tinha unanimidade e apoio do elenco. A bronca é acertar no próximo nome. Mazola é um nome interessante, por conhecer bem o mercado de São Paulo. Certo mesmo é que ele (ou quem seja) sentará no banco de reservas, com um caderno na mão, riscando quem sai e quem fica. O que vimos na primeira decisão foi uma diferença enorme entre dois clubes. O Leão pode não ter sua melhor equipe dos últimos anos. Longe disso, até. Vem passando por um processo de reconstrução e precisa crescer mais para ganhar essa confiança do seu torcedor, principalmente de olho em Série B. Do outro lado, esse é uma das equipes do Timbu mais fracas que já vi dentro de campo. Nos quesitos técnico, tático e, principalmente, de espírito. Repito: só não cravamos o título para o clube da Praça da Bandeira por ser futebol, onde já vimos situações que chegam ao inexplicável. Porém, o desempenho mostrado por esse Náutico não garante um fio de esperança ao seu torcedor.
A declaração do Executivo de Futebol do Náutico, Léo Franco, foi muito infeliz. Na coletiva de ontem, falou que não existiu “janela” ideal para que o técnico Allan Aal fosse demitido. Só para citar algumas destas janelas: o jogo contra o Afogados, nas quartas do Estadual; a derrota em casa para o Ríver, pela Copa do Nordeste; ou a classificação em cima do Retrô nas penalidades, quando poderia ter sido despachado nos 90 minutos. Faltou visão à diretoria alvirrubra.
Melhorar mais
O Sport está próximo de conquistar o bi estadual, mas precisa melhorar muito. Olhando para os desafios da Copa do Nordeste, quando só tem dureza pela frente, e o início do Brasileiro da Série B, o time do técnico Mariano Soso segue bem distante de ser apontado como um dos favoritos ao acesso. A vantagem é que tem muito a crescer, individualmente e coletivamente. Esperar pra ver quando que Soso fará isso acontecer.
Aloprado vira ídolo
O aloprado virou o “cara”. Com “fama” de ídolo, foi visita ilustre em festas e churrascos. Colocou seu nome como candidato à presidência do Clube Náutico Capibaribe. Personagem que deveria ser banido do esporte. Esse é o verdadeiro espelho do futebol pernambucano. Só faltou alguém ter pego o pedaço do baseado ou a garrafa com cola e transformar em peças de museu, mais importante que a taça de campeão.