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Primeiro Fórum Global Paz no Futebol é realizado no Recife; confira alguns participantes e temas debatidos

Evento aconteceu nesta sexta-feira (12) no Cais do Sertão e reuniu grandes personalidades para abordar violência e racismo no futebol

postado em 12/07/2024 19:06 / atualizado em 12/07/2024 19:44

<i>(Foto: Rafael Vieira/DP Foto)</i>

O primeiro Fórum Global Paz no Futebol – Violência e Racismo Dentro e Fora das Quatro Linhas, aconteceu nesta sexta-feira (12) no Recife. Evento ocorreu no Cais do Sertão, no Marco Zero, e reuniu grandes personalidades para debater e palestrar sobre a violência no futebol e suas possíveis soluções. Dentre os principais debatedores, tivemos a presença do presidente do Santa Cruz, Bruno Rodrigues, do ex-atleta e comentarista Danny Morais, entre outras personalidades futebolísticas.

Os palestrantes escolhidos e temas a serem abordados para o Fórum, foram o ex-árbitro Wallace Valente (VIOLÊNCIA NO FUTEBOL DE FORA PARA DENTRO DO CAMPO E INTERFÊNCIA CLUBE X IMPRENSA), o sociólogo Maurício Murad (FUTEBOL E VIOLÊNCIA DENTRO E FORA DE CAMPO), o jornalista Andrei Kampff (LEGISLAÇÃO, RESPONSABILIDADE DOS CLUBES E ASSOCIAÇÕES), a ex-delegada Claudia Molina (A VIOLÊNCIA NO FUTEBOL SOB A ÓTICA DA MULHER), o membro do STJD Dr. Osvaldo Sestário ( COMO O STJD PODE INFLUIR NA LUTA PELA PAZ NO FUTEBOL? PUNINDO JOGADORES E CLUBES COM MAIS SEVERIDADE?). Convidados promoveram palestras abordando um tema específico dentro da violência no futebol, a ser debatido por outras participantes do Fórum.

O ex-árbitro Wallace Valente inclusive, foi o primeiro palestrante do Fórum com o tema de: “Violência no Futebol, reflexo da sociedade e interferência na relação clube x imprensa”. Wallace buscou contextualizar violência e propor possíveis soluções para sua diminuição no contexto futebolístico, descrevendo questão como um grande problema que precisa ser enfrentado e propondo projeto com concretas soluções. 

“Eu quero propor aos dirigentes de clubes e federações para que a gente faça o que tem que ser feito. Vamos dar um grande exemplo para o Brasil e para o mundo, se pegarmos o produto que nós temos e através dele estimular a paz. Aqui eu proponho um “Campeonato da Paz 2025”, promovendo harmonia entre os torcedores em todo o território nacional” explicou o ex-árbitro.

“As principais ações propostas são: segurança, programação cultural, educação e conscientização, além de premiação, para clubes que contribuem com o ambiente de paz. Os impactos esperados são: redução da violência, diminuição de confrontos no estádio e o aumento da participação de famílias no ambiente do futebol. A iniciativa visa transformar e criar um legado de paz e respeito no futebol, com o envolvimento de toda a comunidade. Pernambuco pode dar o exemplo para o Brasil e para o mundo de que o futebol pode ser desenvolvido com paz e harmonia” completou.

Tema abordado pelo ex-árbitro foi discutido por outras personalidades futebolísticas, como o jornalista Léo Medrado, que explicou sobre os limites entre imprensa e clubes, e como não o ultrapassar para contribuir com diminuição da violência.

“Eu tenho visto uma mudança muito grande nesse comportamento, clube com imprensa. Eu não vou deixar de ter amigos por causa da minha profissão e comecei a virar amigos de jogadores, diretores e mais personalidades do futebol. Eu não vou deixar de falar o que penso, por ser amigo de alguém. Amizade e profissionalismo podem caminhar juntos e clube e imprensa precisam caminhar lado a lado” falou o jornalista.

O ex-zagueiro e atualmente comentarista Danny Morais também falou sobre tema. Ex-jogador do Santa Cruz detalhou estar dos dois lados, como jogador no passado e atualmente como comentarista e o que precisa ser feito para mitigar a violência.

“Quando virei comentarista, fiquei na dúvida de como seria, por ser identificado com o Santa Cruz. A resposta foi respeitar, como eu sempre fiz minha carreira inteira, todo relacionamento tem que ser feito com respeito. Tudo começa a conscientização e o respeito, para a gente ir mudando de pouquinho e pouquinho” falou o comentarista.

O debate foi completado pelo presidente do Santa Cruz Bruno Rodrigues. Mandatário coral falou sobre experiência com violência e com limites da imprensa, durante seu pouco tempo de mandato e revelou que irá realizar a instalação de ouvidorias no Santa, explicando que as críticas são importantes para melhora da gestão. 
 
<i>(Foto: Rafael Vieira/DP Foto)</i>
 
 
“Não tenho nenhum tipo de dificuldade com a imprensa e sei absorver as críticas e as pancadas. Costumo até dizer que isso é bom para a gente, estou colocando agora no Santa Cruz a questão da ouvidoria. Estou concluindo o processo e fui bombardeado pelas pessoas, não acho um “tiro no pé”, lá da sala da presidência eu vou ter dificuldade de ter as informações que o devo ter” falou o presidente coral.

“Irei dar minha contribuição para a diminuição da violência do futebol, enquanto presidente do Santa Cruz. Acho que esse problema tem solução, mas precisamos efetivamente de ciência e profissionalismo, não adianta o querer por querer. Precisamos propor, cada um em sua área, porque o que todos queremos é levar a família para o campo de futebol” completou.


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