O futebol pernambucano tem enfrentado uma crise significativa nos últimos anos, caracterizada não apenas pelo desempenho insatisfatório, mas também pelas dificuldades financeiras, o que levaram clubes tradicionais como Náutico e Santa Cruz a adotar medidas drásticas de redução de custos. Sem jogos profissionais, ambos precisam reduzir seus custos, cortando até nas áreas mais essenciais.
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Diante de inúmeros problemas que a ausência de jogos oferece às instituições, o Timbu e a Cobra Coral necessitam adotar medidas de contenção de despesas, o que inclui a renegociação de contratos, redução do quadro de funcionários e até mesmo a suspensão de atividades não essenciais.
Redução de jogos
No futebol brasileiro, a redução de jogos é uma das temáticas de debate. Uma fatia pequena e privilegiada, por vezes, utiliza-se do argumento que há um excessivo número de partidas durante a temporada. No entanto, a realidade da maioria dos clubes do País é um calendário enxuto. Em 2024, por exemplo, o Santa Cruz disputou apenas 13 jogos - menor número de partidas desde o ano de sua fundação. O Náutico, por sua vez, atuou em 42 jogos, número mais baixo registrado dos últimos 20 anos.
O arquirrival Sport, por exemplo, irá terminar o ano com 66 partidas, tendo disputado quatro competições na temporada. Apesar disso, o Leão da Ilha nem de longe é tido como uma case de sucesso. Na Região Nordeste, clubes como Fortaleza e Bahia, que atuam na elite do futebol nacional, podem terminar 2024 com mais de 70 jogos.
Cortes de gastos
A crise financeira, de certa forma, obriga Náutico e Santa Cruz a tomar decisões difíceis, como a redução do elenco, cortes de salários e a diminuição dos investimentos em infraestrutura e nas categorias de base. Essas medidas, embora necessárias para a sobrevivência dos clubes, têm impacto direto na competitividade das equipes, que encontram dificuldades para atrair e manter jogadores de qualidade. Além disso, os clubes podem emprestar estádios e Centro de Treinamentos.
O Tricolor do Arruda chegou a ter um custo geral de R$ 1,1 milhão mensal - deste valor, R$ 700 mil era para o futebol. Ao fim das atividades do futebol profissional, em março, reduziu para R$ 200 mil - diminuição de cerca de 82% no orçamento. Até voltar à normalidade, a Cobra Coral só vai manter em seus quadros de funcionários quem puder pagar. O Santa Cruz também optou pelo empréstimo de 10 atletas para reduzir os gastos da folha. Entre eles, estão os destaques do ano, como por exemplo, o meia Matheus Melo, ao Náutico, e o volante Lucas Siqueira, ao Botafogo-PB.
Seguindo a cartilha do rival, o Timbu segue buscando renovação com os principais atletas e, posteriormente, o empréstimo para que os jogadores se mantenham ativos. Exemplificando, o Náutico cedeu o volante Marco Antônio para o CRB, até o término da Série B. A medida serve para manter os ativos e enxugar a folha salarial, que esteve na casa dos R$ 600 mil no Estadual e subiu para R$ 800 mil na Série C.
Futuro e desafios:
A retomada do protagonismo de Náutico e Santa Cruz depende de uma série de fatores. A reestruturação financeira e administrativa dos clubes é crucial, assim como o desenvolvimento de estratégias para aumentar as receitas, como a melhoria na captação de patrocínios e a fidelização de torcedores. Além disso, o fortalecimento das categorias de base pode ser uma solução a longo prazo.