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LEGISLAÇÃO

Clubes brasileiros se manifestam contra o aumento da taxação sobre as SAF's

Segundo declaração conjunta, a elevação na taxação de 5% para 8,5% em votação na Câmara dos Deputados poderá deixar de atrair investidores

postado em 18/12/2024 15:45 / atualizado em 18/12/2024 17:09

<i>(Foto: RAFAEL RIBEIRO/CBF)</i>
Grandes clubes do futebol brasileiro, entre eles Botafogo e Fortaleza, se manifestaram em declaração conjunta na última terça-feira (17) contra o aumento na taxação das SAF’s. Alterações, que fazem parte da regulamentação da reforma tributária, elevariam as alíquotas de 5% para 8,5% nas Sociedades Anônimas do Futebol. A votação estava prevista para acontecer desde a última terça-feira e vem sendo votada na Câmara dos Deputados.

 

O relatório do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) para o PLP 68/2024, apresentado na segunda-feira (16), propõe a manutenção da alíquota de 8,5% para as SAFs. 


Atualmente a Lei da SAF prevê que 5% das receitas de um clube-empresa deverão ser recolhidas mensalmente, sendo reduzida para 4% após o sexto ano. Segundo os clubes em pronunciamento, a elevação na taxação poderá deixar de atrair investimentos futuros paras as equipes brasileiras e desmotivar projetos em andamento. 
 
Dos clubes que disputaram a última Série A do Campeonato Brasileiro, 40% eram SAF (Botafogo, Vasco, Cruzeiro e Bahia). Fora o Bragantino, que é gerido pela Red Bull. Em Pernambuco, o Náutico já assinou a proposta não vinculante com o grupo de investidores. O Santa Cruz também se movimenta nesse sentido. O Sport também já sinalizou que vai seguir por esse processo.    
 
"Dentre os motivos que explicam a explosão deste número (de SAFS) está, notadamente, o Regime de Tributação Específica do Futebol (TEF), que garantiu segurança jurídica e atraiu investimentos nacionais e internacionais. Isso porque a Lei da SAF estabelece que 5% das receitas de uma SAF devem ser recolhidos mensalmente - sendo que, a partir do início do 6º ano, a alíquota seria reduzida para 4% e a base de cálculo majorada. Na contramão desse processo bem sucedido, e após longas tratativas sobre o tema, que culminaram em um texto aprovado no Senado Federal, a Câmara dos Deputados sinaliza que poderá rejeitar a manutenção da tributação da SAF e impor um aumento da ordem de 120% (cento e vinte por cento). A aprovação desta alteração, caso se confirme, poderá impedir a criação, como já se anuncia dentro e fora do País, do futuro maior mercado do planeta; e, pior: afastar investimentos futuros, com enormes impactos esportivos, sociais e econômicos; e desincentivar projetos em andamento - inclusive aqueles que já se revelam exitosos", postou o Fortaleza em suas redes sociais. 
 
 

Confira declaração publicada pela Liga Forte União (LFU), Libra e pelos clubes:

Em 2021, a Lei 14.193/2021 ("Lei da SAF") foi publicada após inúmeras discussões envolvendo diversos Clubes de Futebol no Brasil e outros atores relevantes da sociedade civil, em um momento em que o futebol brasileiro sofria com os devastadores efeitos causados pela COVID-19, e pela dinâmica associativa até então vigente.

Ao criar o instituto da Sociedade Anônima do Futebol ("SAF"), a Lei facultou aos Clube a adoção de um modelo empresarial destinado especificamente ao futebol que lhes permitiria, por um lado, alinharem-se às recomendáveis práticas corporativas já adotadas em outros segmentos econômicos e, por outro, submeterem-se a um tratamento tributário e de reorganização de dívidas que tornasse o modelo atrativo a novos investimentos aptos a financiá-lo.

Estabelecendo, portanto, tanto prerrogativas quanto obrigações às SAFs, a Lei 14.193/2021 se mostrou um importante passo para a revitalização e para a modernização e profissionalização do futebol no território nacional. Em menos de três anos, 95 clubes ao redor do Brasil se transformaram ou nasceram enquanto SAFs. Dos clubes que disputaram a série A do Campeonato Brasileiro em 2023, 40% deles são SAFS.

Dentre os motivos que explicam a explosão deste número está, notadamente, o Regime de Tributação Específica do Futebol (TEF), que garantiu segurança jurídica e atraiu investimentos nacionais e internacionais. Isso porque a Lei da SAF estabelece que 5% das receitas de uma SAF devem ser recolhidos mensalmente - sendo que, a partir do início do 6º ano, a alíquota seria reduzida para 4% e a base de cálculo majorada.

Na contramão desse processo bem sucedido, e após longas tratativas sobre o tema, que culminaram em um texto aprovado no Senado Federal, a Câmara dos Deputados sinaliza que poderá rejeitar a manutenção da tributação da SAF e impor um aumento da ordem de 120% (cento e vinte por cento).

A aprovação desta alteração, caso se confirme, poderá impedir a criação, como já se anuncia dentro e fora do País, do futuro maior mercado do planeta; e, pior: afastar investimentos futuros, com enormes impactos esportivos, sociais e econômicos; e desincentivar projetos em andamento - inclusive aqueles que já se revelam exitosos.

Por esta razão, o nosso Clube manifesta publicamente sua enorme preocupação com a iminente reversão do recém-criado Regime de Tributação Específica do Futebol (TEF) proposta na Câmara dos Deputados, que poderá inviabilizar o resgate do futebol brasileiro e a afirmação da empresa futebolística.


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