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SANTA CRUZ

Desorganização, planejamento e mudanças: a desastrosa temporada do Santa Cruz

Eleita em fevereiro, atual gestão do Santa Cruz cometeu erros ao longo de toda a temporada e entra na história do clube de forma negativa

postado em 18/09/2021 18:16 / atualizado em 18/09/2021 18:17

<i>(Foto: Camila Florêncio/Santa Cruz)</i>
No dia que completa sete meses de trabalho, a atual gestão entra para a história do Santa Cruz de maneira negativa. Com o rebaixamento para a Série D decretado, o primeiro ano de mandato vai totalmente de encontro ao que o presidente Joaquim Bezerra prometeu antes da eleição: um futebol forte e conduzido de forma profissional. Na prática, além do fracasso dentro de campo, a temporada de 2021 foi marcada por muita desorganização e turbulências nos bastidores.

Com pouco tempo para planejar, já que as eleições do Santa Cruz foram adiadas e a posse só aconteceu dez dias antes do primeiro jogo oficial, a diretoria não conseguiu ter sucesso na maioria das decisões tomadas até o momento. O departamento de futebol sofreu com mudanças ao longo de toda a temporada. Logo de início, o diretor executivo Nei Pandolfo acertou a saída para o rival Sport. A gestão então apostou na contratação de Fabiano Melo como substituto.

Com o time em crise pelos resultados ruins dentro de campo, os diretores estatutários Jaime Cordeiro e Oberdan Rabelo deixaram o Santa Cruz após sucessivas críticas da torcida. Nem a chegada do ídolo Givanildo Oliveira para trabalhar nos bastidores foi suficiente para solucionar os problemas do futebol. Tanto que a atual gestão aceitou a ajuda de ex- presidentes, em um colegiado liderado por Alexandre Mirinda. Atualmente é ele, inclusive, quem tem comandado o departamento de futebol, sendo o vice-presidente da pasta.

As mudanças no departamento de futebol do Santa Cruz interferiram diretamente na montagem do elenco. Nesta temporada, passaram pelo Arruda quatro treinadores. Todos com menos de 40% de aproveitamento. A quantidade de técnicos não chega a ser um absurdo se comparada ao número de contratações. Ao todo, 41 jogadores foram contratados e pouquíssimos, para ser otimista, deram certo dentro de campo. Desses reforços, 21 atletas foram dispensados ou negociados com outros times e não fazem mais parte do elenco coral.

Engana-se quem pensa que a crise no Santa Cruz ficou só no futebol. Os problemas também tiveram efeitos em outras áreas. Responsável pelo departamento de marketing, o diretor Mauro Melo pediu para deixar o clube, assim como o sucessor Felipe Marenas. Já o vice-presidente executivo André Frutuoso, também solicitou o desligamento do cargo, depois de ter seu escritório de advocacia invadido e depredado por membros da principal torcida organizada tricolor. 

André Frutuoso era o braço direito de Joaquim Bezerra e encabeçou a maior parte da campanha política da chapa “ProSanta”, sendo inclusive o pré-candidato a presidente. As saídas não pararam por aí. Tomaram a mesma decisão de deixar o Santa Cruz o presidente do Conselho Patrimonial, Thomaz de Aquino, e o do Deliberativo, Mário Godoy. Este último pediu desligamento do cargo depois de sofrer ameaças por parte dos torcedores. 

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