O ambiente influenciou a eliminação?
Bruno Pivetti chegou ao Náutico em meio à implosão do ambiente nos vestiários alvirrubros. Na semana anterior, o atacante Matheus Carvalho curtiu uma publicação que criticava o ex-treinador do Timbu, Fernando Marchiori, que, posteriormente, voltara a ser citado em polêmicas internas, desta vez uma discussão com o volante Souza.
No entanto, na visão do treinador, o desempenho do time sob seu comando não foi prejudicado por fatores externos. Pivetti condiciona a eliminação ao que analisa como “circunstâncias do jogo” ou, no ditado popular, “a bola pune”.
“Eu não acredito que algum fator extracampo tenha prejudicado o Náutico na eliminação precoce da série C. Infelizmente o resultado não veio por circunstâncias do jogo. Acredito que nesses dois jogos (contra Brusque e São Bernardo) nós tivemos a oportunidade de ganhar, mas infelizmente o resultado não veio por situações que aconteceram dentro de campo”, iniciou.
“Conseguimos um bom empate contra o Brusque, que até então liderava a competição, fora de casa; e no jogo contra o São Bernardo todos sabem o contexto que levou aos dois gols (falhas individuais de Victor Ferraz e Vágner). Depois a equipe demonstrou força suficiente para ter um volume ofensivo considerável, conseguiu buscar o empate e até fizemos o terceiro gol, que foi anulado pelo árbitro-assistente. Foram situações do jogo, não senti que nenhum fator extracampo tenha prejudicado a campanha do Náutico”, completou Pivetti.
Frustração
Questionado sobre o que poderia ter sido diferente, Bruno Pivetti deixou de lado o lamento das trocas diferentes que poderiam ter sido feitas ou as diferentes táticas que poderia ter adotado, e se direcionou ao torcedor. Para o treinador, a principal marca que fica é não ter conseguido fazer com que o campo correspondesse ao apoio da torcida alvirrubra.
“O que me dói mais é não ter atendido aquilo que a torcida merecia. Na minha vida profissional, nunca vi uma uma festa como a torcida do Náutico fez, principalmente na entrada da equipe no campo. Foi algo maravilhoso, a torcida nos apoiou do primeiro ao último minuto e acreditou até o fim, mas infelizmente nós não conquistamos o resultado de vitória e consequentemente a classificação que essa torcida tanto merecia”, declarou.
Existe arrependimento?
Entre as suas opiniões e especulações, Bruno Pivetti encontra uma certeza: apesar do pouco tempo de trabalho, a despedida acontece sem nenhum arrependimento do “sim” que respondeu à proposta do Náutico.
“Eu não me arrependo de maneira nenhuma de ter ido para o Náutico. Sabia que estava indo para uma grande equipe, que conta com uma torcida apaixonada. Torcida essa que merecia a classificação na primeira fase da Série C e, consequentemente, o acesso para a Série B”, afirmou o treinador.
Além da paixão cultivada pela torcida, o curto ciclo do ex-comandante alvirrubro à frente do Timbu também foi suficiente para aprovar as dependências e o corpo técnico do clube, definidos por Pivetti como de “alto nível”.
“Infelizmente o resultado não veio, mas tive a felicidade de conhecer um clube muito bem organizado, que conta com uma grande estrutura, profissionais de alto nível e tenho certeza que por essa organização, que já vem acontecendo há algum tempo no Náutico, o clube tem tudo para fazer uma grande campanha em 2024 e conquistar os objetivos que pretende e merece, que é estar nos cenários mais altos do futebol brasileiro”, concluiu.