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CRISE POLÍTICA

Ameaças de morte, SAF e balanço financeiro: presidente do Conselho detalha caos político no Santa Cruz

Em entrevista exclusiva ao Esportes DP, Marino Abreu destrinchou a situação caótica, dizendo que precisa andar com seguranças

postado em 29/08/2022 15:13 / atualizado em 29/08/2022 21:57

<i>(Foto: Paulo Paiva/DP Foto)</i>
Em meio às incertezas que pairam no Arruda, o torcedor do Santa Cruz se sente cada vez mais perdido sobre o cenário político do clube. Questões como a Sociedade Anônima de Futebol (SAF) e o balanço financeiro - ainda do ano passado - vieram à tona na última semana, colocando várias interrogações em pauta e deixando o cenário caótico, seja dentro ou fora de campo. 

Diante disso, o Esportes DP entrevistou de forma exclusiva Marino Abreu, presidente do Conselho Deliberativo, para detalhar a atual situação do Tricolor após a eliminação dolorosa na Série D do Campeonato Brasileiro. Segundo ele, alguns membros do executivo vem o coagindo, chegando até a ameaçá-lo de agressões e morte. 

“Hoje a situação que existe no Santa Cruz é que eu não posso ir ao clube. Hoje, por conta do Executivo, o Conselho teve sua independência um pouco afetada. Já sofri ameaças de agressões, ameaças de tudo. Eu que sou presidente do Conselho não consigo ir no clube porque sempre que vou acontece algum problema. Eu tenho que andar com segurança. A realidade do Santa Cruz é esta. E não são membros de torcida nem nada. São pessoas de dentro do clube”, disparou o presidente do CD. 

Sobre a questão da SAF, Marino destacou que as negociações acabaram esfriando após a saída de Joaquim Bezerra, antecessor de Antônio Luiz Neto na presidência do Santa. Antes, as tratativas já se encontravam em estado avançado.

"O Clube vem negociando sobre a SAF, não no sentido de valores. Porque primeiro você precisa buscar investidores para depois eles fazerem uma proposta. Quando Joaquim (Bezerra, antigo presidente), estávamos na fase de assinar contrato. Depois que Antônio Luiz Neto assumiu, pelo menos com os investidores que estávamos conversando, as negociações esfriaram. Se hoje ele (Antônio) está conversando com alguns investidores, confesso que não sei”, disse o presidente do CD. 

Ainda de acordo com Marino, as definições para que o clube se torne uma empresa dependem unicamente a presidência. “Eu vi os protestos da torcida e esse é o papel dela, deixar o assunto ‘quente’. Antes o Executivo precisava negociar e com a proposta na mão ele ‘jogava’ para o conselho. Hoje ele faz tudo. Cabe a ele negociar, assinar e colocar em prática o processo”, adicionou.

Balanço financeiro 

Outra lacuna que segue em aberto é o balanço financeiro de 2021, ainda não divulgado pelo clube das três cores. Segundo Marino Abreu, a publicação foi adiada duas vezes pelo mesmo motivo. 
 
"A reunião foi convocada pelo conselho em abril e o executivo do clube, no caso, o poder representado por Antônio, através do contador do clube pediu um adiamento da prestação porque falaram que faltava documento e que não estava pronto, alguma coisa nesse sentido. Não, minto. Falaram que não tinha passado pela auditoria por falta de pagamento, então pediram um prazo de 60 dias. Isso foi acordado entre a comissão fiscal do clube e o Executivo. Eles concordaram em pedir o adiamento", iniciou.
 
"E eles pediram o adiamento na hora da reunião. E o conselho aprovou um adiamento de 60 dias. Isso foi em abril, tudo dentro do prazo como manda a legislação. Assim que o presidente Antônio assumiu em março, a primeira reunião que eu tive com ele, no segundo dia de mandato foi sobre isso. Eu sentei com ele e falei do prazo. Levou-se até abril. Então pagamento de auditoria e documento não é da minha competência, é da competência do presidente e do poder Executivo como um todo. Foi a primeira vez que eu falei para ele foi sobre isso. E depois a gente teve uma segunda reunião, onde novamente foi pedido um adiamento pelo mesmo motivo", concluiu. 

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