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Skate feminino decola nas rampas no Brasil após o marco de Tóquio

Modalidade cresce em popularidade após medalha de Rayssa Leal na Olimpíada

postado em 22/09/2021 13:33 / atualizado em 22/09/2021 13:39

<i>(Foto: Jeff Pachoud/AFP)</i>
As manobras sobre o skate que fizeram de Rayssa Leal a mais jovem medalhista olímpica da história do Brasil levaram meninas e adolescentes às pistas do país, onde até recentemente eram exceção.

Na estreia do esporte em Tóquio-2020, Rayssa se superou a cada canto do percurso na modalidade street para banhar de prata o árduo caminho do skate feminino no país. "Se eu estou aqui hoje, é porque o skate brasileiro tem história", escreveu no Instagram a garota de 13 anos, natural do Maranhão, no dia de sua vitória.

Apelidada de "Fadinha" após um vídeo que viralizou em que realizava fantasiada manobras experientes aos sete anos de idade, Rayssa foi uma das seis meninas da equipe verde e amarela que deu presente e futuro a essa história e inspirou muitas jovens.

"Quase chorei. Eu fiquei muito feliz. Porque, tipo assim, uma menina de 13 anos, minha idade, é bem... Você não espera", diz Giovanna Alves Farias à AFP, em uma pista de skate de São Bernardo do Campo, São Paulo, onde se aventurou recentemente.

"Na verdade, antes das Olimpíadas eu já era interessada. Só que pra, tipo assim, ter mais força de vontade para começar a andar, depois que eu assisti às Olimpíadas eu olhei pro meu pai e falei: ‘Meu, andar, né’".

MISSÃO CUMPRIDA
 
Sobre as ondas da pista, outras garotas buscam ganhar confiança em suas manobras.

Ana Clara Agostinni começou a treinar há muito tempo com o skate do pai, mas depois dos Jogos passou a fazê-lo com maior dedicação. "Penso como ficaria lá, aí venho treinar. Penso em participar das Olimpíadas", conta.

Protegida por um capacete e munhequeiras, a menina de 12 anos aproveita a adrenalina que esse esporte lhe oferece: "Prefiro a velocidade, sentir, sabe? Gosto de pegar mais altura, aí vou pegando coragem e vou virando, tentando fazer uns negócios."

Também há garotas ainda mais jovens, como Júlia de Souza Lima Martins, de oito anos, que anda de um lado para o outro testando manobras.

"Minha tia gravou um pouquinho (os Jogos Olímpicos) e me mostrou, daí eu assisti, tentei prestar bem atenção e comecei a tentar fazer", diz.

A presença dessas meninas na pista é uma "missão cumprida", afirma Dora Varella, outra das representantes brasileiras em Tóquio.

Quando voltaram, elas perceberam que "o skate realmente teve um boom", comenta a jovem de 20 anos. "Tem lugar que está com mais meninas tendo aula do que meninos, e isso foi o mais legal das Olimpíadas".

Quando ela começou, aos 10, Varella era um caso incomum. "Mas não me sentia envergonhada (...) A comunidade do skate é muito legal porque você chega na pista e todos estão lá por um amor em comum, então você pode ter cinco anos de idade ou 40, o que for, homem, mulher, vai ser tratado igualmente", garante.

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