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Circuito Breaking Itinerante proporciona integração entre RMR, Mata Norte e Agreste

CBI é o principal campeonato de pontos corridos de Pernambuco e incentiva a prática do breaking, esporte estreante nas Olimpíadas de Paris 2024

postado em 05/07/2023 18:15

<i>(Foto: HK)</i>
Válido pelo Campeonato Pernambucano, o Circuito Breaking Itinerante (CBI) tem como objetivo revelar bboys e bgirls para o mundo, agora com possibilidade de chegar às Olimpíadas. No último domingo (02), o circuito reuniu mais de 30 competidores. A disputa aconteceu no Cais da Vila Vintém, espaço público ao ar livre na cidade do Recife. O anfiteatro, que foi inaugurado com o CBI, fica entre os bairros da Jaqueira e Casa Forte, em área próxima ao Museu Murillo la Greca e abaixo da Ponte do Vintém.

Os bboys e as bgirls que participaram do único campeonato de pontos corridos de Pernambuco representaram Recife, Região Metropolitana do Recife (RMR), Zona da Mata Norte e Agreste de Pernambuco. Entre as cidades interioranas participantes estiveram Gravatá, Caruaru, Brejo da Madre de Deus, todas no Agreste, Araçoiaba e Vitória de Santo Antão, ambas na Mata Norte, além de Camaragibe, Olinda e Moreno, todas na RMR.  

A iniciativa, realizada pelos projetos Práticas Desviantes, que concluiu a sua 4ª edição, e Grupo Hip Hop Olinda (H2O), responsável pelo Circuito Breaking Itinerante, contou com o apoio da Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria Executiva de Inovação Urbana, da Melodia de Budega, Só Origem Perfumes, Nordestreet e Dançar Educa, Ortega Design e Gruta da Medusa. O projeto também faz parte da parceria junto à Associação de Moradores da Vila do Vintém (Recife), que está buscando recursos e visibilidade para custear sua reforma estrutural para que possa voltar às atividades.

Finalistas, Raul Charada, Bboy Avatar, Okado do Canal e Bgirl Vênus subiram ao pódio, com destaque para o Avatar, de Araçoiaba, que, além de 2° lugar no tradicional 1x1, foi campeão da batalha Resta 1, disputada em 11 rounds.

Okado do Canal, inclusive, está classificado para dois campeonatos mundiais: Outbreak, na cidade de Banská Bystrica (na Eslováquia), e IBE, em Heerlen (na Holanda). Ele é da comunidade do Canal, no bairro do Arruda (Recife). Já a Gang Rockers Crew, do Recife, formada pelos bboys El Jhon, Juan Kidzastre e Tomás Keyk, tem vaga no Island Rockers Crew, na cidade de Castro (na Ilha Grande de Chiloé, no Chile).

Alguns participantes do CBI estão buscando apoio financeiro para poder competir nos campeonatos mundiais. Ainda que promissor, a falta de investimento no setor impede a garantia da participação dos pernambucanos nas competições pelo exterior. A luta é para   encontrar formas de incentivo.

Organizado e realizado pelo Grupo Hip Hop Olinda (H2O), com produção dos artistas Rafael FX e Liuterry, o Circuito Breaking Itinerante integra o calendário da Competição Pernambucana de Danças Urbanas. O circuito é destaque na cena como o único de pontos corridos de Pernambuco visando a preparação estadual para a classificatória das Olimpíadas. Na temporada 2023, competidores e competidoras dos estados de Alagoas, Paraíba, Natal, além do Distrito Federal, disputam o campeonato, que segue uma estrutura de rankeamento.

“O ranking faz com que os bboys e as bgirls disputem o 1º lugar de cada etapa e consequentemente a 1ª colocação geral do ranking. Em 2022, realizamos mais de dez etapas do Circuito Breaking Itinerante. A integração com os demais elementos do hip hop, como graffiti, MC’s e DJ’s, é o que destaca o projeto no cenário regional”, destaca Rafael FX.  

Novidade nas Olimpíadas de Paris 2024, o breaking é um esporte que busca se estabelecer no cenário olímpico. Integrante do movimento cultural do hip hop, a dança passa por uma transformação após ser incluída no programa dos Jogos Olímpicos. O diálogo entre a música, a arte e o movimento de rua é uma das partes de destaque do breaking.

“Há diversas modalidades, entre elas realizamos a ‘Resta 1’ e a ‘Adote Battle’. Nosso objetivo é revelar e promover futuros dançarinos, sobretudo incentivando a cultura nas comunidades. Alguns desafios, inclusive, ainda existem no breaking, como a adaptação dos atletas, o incentivo, a visibilidade e até as questões técnicas do esporte”, ressalta Liuterry.

Grupo Hip Hop Olinda (H20)

Foi fundado em 2020 pelos produtores Liuterry e Rafael FX. De lá pra cá, o grupo desenvolve projetos culturais e iniciativas sociais no campo da arte-educação. O H20 realiza atividades como o Manual Breaking Virtual, uma plataforma online de tutoriais sobre o breaking a partir de entrevistas com artistas do mundo inteiro e publicações de artigos e pesquisas sobre a dança breaking.
 
Além disso, o Hip Hop Olinda leciona regularmente e gratuitamente aulas de grafite e danças urbanas para crianças e adolescentes da comunidade do Centro Social Urbano (CSU), no bairro de Rio Doce, em Olinda.

Ranking CBI

O sistema de pontuação é distribuído da seguinte forma: 20 pontos para o 1º lugar, 12 pontos para o 2º, 6 pontos para os semifinalistas, 3º e 4º lugares e 2 pontos para os oito primeiros colocados (top 8).

Após todas as etapas, o pódio do Ranking CBI é definido e os 16 competidores mais bem colocados disputam o CBI final, além de receber o "Selo CBI" que valida os ganhadores de outros campeonatos no Ranking, com os dois primeiros colocados pontuando, sendo 10 pontos para o 1º e 6 pontos para o 2º.

Modalidade Resta 1

É um desafio entre dois bboys/bgirls. A disputa acontece com 11 entradas e ganha quem desenvolver todo o seu repertório e conseguir permanecer de pé.

Modalidade Adote Battle

Consiste em uma dupla entre crianças e adultos. As crianças fazem parte de projetos sociais, como por exemplo a ONG Pazear, parceira do H2O. O intuito dessa modalidade é promover futuros dançarinos e incentivar a cultura nas comunidades.

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