O atleta foi alvo de ofensas de pessoas que assistiam aos jogos nas arquibancadas montadas na praia do Pina (Foto: Reprodução)
Jogador de vôlei de praia, Anderson Melo, de 32 anos, foi vítima de homofobia na etapa de Recife do Circuito Brasileira de vôlei de praia. O atleta ouviu gritos de "bicha" e que "usa calcinha" desferidos pela torcida. O jogador registrou boletim de ocorrência na 16ª delegacia, no Rio de Janeiro, onde reside. Em entrevista, cobrou que as autoridades responsáveis identifiquem os agressores e que essas pessoas sejam punidas de acordo com a legislação.
“Gostaria de falar que homofobia é crime, essa luta não é minha, não é da Mariana, não é só sua, é de todos nós. Então, a gente precisa ter cuidado com as coisas que a gente fala, a gente precisa ter cuidado com o que a gente joga nas pessoas, porque é crime. Eles precisam pagar por isso”, disse o atleta, durante o programa Bom dia Rio de Janeiro, da TV Globo.
“Tem os vídeos que foram que eu apresentei, mas tem algumas fotos que chegaram até mim. Então, a gente está usando essas armas que nós temos para poder tentar identificar. Estou aguardando alguma posição da polícia, pra ver se consegue reconhecer esses indivíduos”, cobrou.
Enquanto recebia os ataques homofóbicos, lembrou da preocupação da sua mãe com o temor que o filho fosse alvo de violência devido à sua orientação sexual.“Foi a primeira vez, durante todos os ataques, eu só pensava na minha mãe, tem sete meses que minha mãe faleceu. Durante uma conversa que eu tive com ela, sempre falou que o medo era de como o mundo iria reagir comigo”, iniciou.
“Então, quando eu comecei a escutar as ofensas, todas as coisas que eram lançadas até a mim, só pensava nela. Então, eu chorei dentro de quadra, eu tentei ser forte, eu tentei seguir o jogo, mas eu fui vencido pela torcida naquele momento, na verdade aquilo não era nem torcedores”, completou.
Anderson Melo fez questão de agradecer a familiares e fãs por todo apoio após os ataques homofóbicos no Recife.“Estou tendo um apoio imenso da minha família, de amigos, de pessoas que estão no Instagram, enchendo o meu meu feed de amor. Na verdade, eu estou recebendo muito amor de todos os lados e isso pra mim está sendo muito gratificante, está me reerguendo cada vez mais. Eu agradeço de coração mesmo a cada mensagem, a cada ligação que eu tenho recebido”, agradeceu.
A etapa Recife do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia foi manchada por caso de homofobia contra o atleta Anderson Melo. Ele foi alvo de ofensas de pessoas que assistiam aos jogos nas arquibancadas montadas na praia do Pina. O fato ocorreu na quinta-feira (14), mas ele só se tornou público neste sábado (16), em post nas redes sociais.
”Demorei a escrever porque eu precisava digerir o que aconteceu naquela quadra, no ambiente que mais amo estar sofri ataques homofóbicos continuadamente e pela primeira vez na vida não consegui reagir. Eu não estava acreditando no que estava acontecendo e eu só lembrava da minha mãe, o quanto ela tinha medo de me ver sofrer por ser homossexual. E infelizmente ela não estava aqui para me proteger e nem ninguém”, escreveu.