O que dizer do desempenho do Time Brasil nos Jogos de Paris? As 20 medalhas (3 ouros, 7 pratas e 10 bronzes) colocam nossa campanha abaixo de Tóquio 2021 (uma a menos no total) e longe das sete de ouros nos Jogos Rio 2016. Porém, supera Londres 2012 e Pequim 2008 (ambas com três ouros e 17 no total). Terminamos como a terceira força nas Américas (perdendo para Estados Unidos e Canadá). Realizamos uma campanha esperada para quem acompanha o ciclo olímpico. Mas, ainda falta um longo caminho para que o nosso País possa ser, pelo menos, um TOP 10 no mundo olímpico. Passa por erros nas políticas públicas adotadas pelo Estado, governos e municípios. Que vibram quando os “frutos” dão certos e esquecem rápido as derrotas. Tem uma certa desigualdade nos investimentos provenientes das loterias que são destinados ao Comitê Olímpico Brasileiro e suas confederações. Segundo esporte do torcedor nacional, o vôlei recebe a maior fatia da receita, seguido pelo judô, ginástica, atletismo e boxe. Outros, que têm certa relevância no País, recebem valores irrisórios, como handebol, remo e basquete. Mas o que poderia ser feito? Prefiro ir na linha que o esporte precisa começar nas escolas. Nos Estados Unidos, líder em medalhas em Paris, os ensinos fundamental e secundário têm programas desportivos em várias modalidades. O aluno escolhe o esporte que quer praticar e a escola desenvolve sua capacidade. As faculdades dão o acabamento final. Muitos defendem que deveria se investir menos no topo da pirâmide e começar a olhar a base. Mesmo que isso signifique ganhar menos medalhas nos próximos Jogos, para colher mais na frente. Essas são reflexões importantes e que precisam ser discutidas já neste ano dentro do COB. Para que possam redirecionar ou não os esforços de cada confederação e seus atletas.
Saiba mais
Bolsa Atleta
Hoje, o Bolsa Atleta é fundamental para cada atleta, da base ao medalhista olímpico. A totalidade dos atletas brasileiros que receberam medalhas estão no programa do governo ou fizeram parte em algum momento. Dos 276 atletas do Time Brasil que estiveram em Paris, 271 já tiveram ou seguem no programa. Lembrando que o Bolsa Atleta do Governo Federal, criado em 2005, vai direcionar mais de R$ 160 milhões aos mais de nove mil atletas inscritos. São bolsas de R$ 410 (atleta da base) a R$ 16.629 (para quem tem pódio olímpico).
Uma nova receita
O Governo Federal pode redirecionar novas receitas para o esporte olímpico. As Bets devem movimentar algo em torno de R$ 130 bilhões este ano. Parte deste dinheiro poderia ser investido na formação de novos talentos nas escolas privadas e públicas, dentro de projetos que atendam à Lei de Incentivo ao Esporte.
Na CBN
Estarei hoje, às 11h, no programa O Grande Debate do Rádio, do apresentador Geraldo Freire, na CBN, ao lado do jornalista Léo Medrado e do esportista Maurício Rands. Vamos falar sobre os resultados das Olímpiadas e o desempenho dos nossos clubes nos Brasileiros