Ancelotti foi anunciado oficialmente três dias antes do afastamento de Ednaldo na presidência da CBF (Foto: Pierre-Philippe MARCOU/AFP e Rafael Ribeiro/CBF)
A principal notícia do futebol brasileiro nesta quinta-feira (15) foi, sem dúvidas, o afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF)por decisão da 19ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). No lugar dele, assume temporariamente o vice-presidente Fernando Sarney, nomeado como interventor judicial, com a missão de convocar novas eleições "o mais rápido possível".
A decisão da Justiça veio apenas três dias após um dos anúncios mais aguardados do futebol brasileiro: a confirmação de Carlo Ancelotti como novo técnico da Seleção Brasileira, com contrato até a Copa do Mundo de 2026. No vídeo de oficialização, Ednaldo aparece celebrando o acerto com o técnico italiano, informando inclusive que Ancelotti já convocaria a primeira lista no próximo dia 26 de maio.
O desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro considerou inválida a assinatura do Coronel Nunes no documento que havia garantido a permanência de Ednaldo no comando da CBF, anulando oficialmente o acordo.
O afastamento de Ednaldo afeta a chegada de Ancelotti?
Apesar da nova reviravolta nos bastidores da entidade, a resposta é não. A saída de Ednaldo Rodrigues, por mais que chame atenção e alimente o clima de incerteza que ronda a CBF, não deve interferir no acordo com Ancelotti. Isso porque o contrato foi firmado com a instituição, e não exclusivamente com Ednaldo.
O desejo é que o planejamento com o treinador italiano siga normalmente, com o atual comandante do Real Madrid assumindo a Canarinho após o encerramento da temporada europeia. Ancelotti deve assumir oficialmente no fim de maio e iniciar sua trajetória na Seleção já nos compromissos das Eliminatórias. O time merengue, inclusive, já teria definido o espanhol Xabi Alonso como sucessor de 'Carleto'.
O que fica como abalo é mais uma notícia infeliz na gestão da CBF. Essa não é a primeira vez que Ednaldo Rodrigues é destituído do cargo. Em dezembro de 2023, uma decisão semelhante havia sido revertida posteriormente por uma liminar do ministro Gilmar Mendes, do STF. Agora, novamente, o dirigente pode recorrer à Suprema Corte para tentar reassumir o posto.
O momento é de uma sucessão de episódios conturbados nos bastidores da CBF, principalmente após a Copa de 2022, em um momento de reconstrução da Seleção. Chegando em fase crucial das Eliminatórias para o Mundial de 2026, a instabilidade política vem roubando a cena na entidade.