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"Foi feita a justiça. Acho que Tribunal agiu muito bem. Não podia sair daqui impune, o atleta, acho que ele teve uma atitude desrespeitosa, sim. Mas aí a gente querer capitular como uma tentativa de agressão, acho que isso ficou claro com o colegiado. Eu adoro o colegiado por isso. Nós tivemos um voto que achou que houve, sim, uma tentativa, e quatro votos que não acharam. E isso ficou demonstrado. Então, acho que se fez justiça. O atleta não poderia ter essa atitude. Serviu pedagogicamente, também, para o Jean", afirmou o advogado.
Ainda de acordo com Osvaldo Sestário, 'a verdade' foi o ponto forte da sua defesa. Para o advogado, as imagens mostradas no vídeo em que registra as ações de Jean Carlos foram determinante. Junto ao material, o profissional frisou o poder de convencimento quanto aos auditores que ainda estavam em dúvida com relação ao voto final. Internamente, o Náutico ainda avalia o resultado obtido na Justiça. O clube pesa se vai tentar diminuir a pena de 10 jogos concedida ao camisa 10 do Timbu.
Entenda o caso
Jean Carlos foi expulso aos 22 minutos, ainda no primeiro tempo da grande decisão contra o Retrô, na qual o Timbu se sagrou bicampeão estadual. Naquele momento da partida, a equipe empatava em 0 a 0 e perdia o título para a Fênix. Em uma disputa de bola no meio de campo, Jean Carlos desferiu uma cotovelada sobre o rival Yuri Bigode, da equipe adversária. Denunciado pelo VAR, recebeu o cartão vermelho dado pela árbitra pernambucana Deborah Cecília, que conduzia a partida.
A partir desse momento, o meia alvirrubro mostrou descontrole e partiu para cima da profissional, que assim descreveu o ocorrido na súmula do jogo. Ainda de acordo com Deborah, Jean 'relutou' a sair do campo de jogo. "Após eu ter apresentado o cartão vermelho direto, o jogador expulso partiu em minha direção na tentativa de me agredir. Sendo contido pelo árbitro assistente Clóvis Amaral, e por seus companheiros de equipe", apontou a árbitra.
No mesmo dia, o atleta alvirrubro se posicionou, através das redes sociais, sobre o episódio. Jean Carlos pediu desculpas, porém negou que teria intenção de agredir a árbitra. "Só acho que antes da gente falar de alguma pessoa, de alguma atitude dela, a gente tem que conhecer a pessoa. E quem me conhece, quem está próximo de mim sabe que jamais faria algo parecido. Então, novamente peço desculpa à Deborah se ela em algum momento achou que eu poderia agredi-la", justificou o meia.
Jean foi indiciado pelo TJD-PE, com base no Artigo 254-A do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que rege sobre atos de agressão nas partidas. Primeiro pela cotovelada no jogador adversário, no inciso primeiro, que prevê pena de quatro a doze jogos. Em seguida, pela atitude que foi vista como tentativa de agressão à árbitra, no parágrafo terceiro, que aponta como pena mínima a suspensão por 180 dias.
No entanto, no entendimento do colegiado, o gesto de Jean Carlos foi desclassificado do artigo 254-A (agressão), e avaliado como conduta de indisciplina, regido pelo Artigo 258 do CBJD. Nesse caso, Jean Carlos recebeu a pena máxima de seis jogos. chegando a dez partidas no total.