Grupo se reunião com o gabinete na presidência mais de uma vez (Foto: Rafael Vieira/DP Foto )
O Santa Cruz teve a oportunidade de iniciar o processo de implementação da SAF no início deste ano, após se reunir com representantes do Newcastle, através de uma empresa de energia elétrica. A negociação, contudo, acabou esbarrando na falta de interesse do Poder Executivo coral, de acordo com o ex-presidente do Santa nos biênios 1985/86, 1987/88 e 2003/2004, José Neves Filho.
A informação foi revelada pelo ex-dirigente no Programa Jogo Aberto, da TV Tribuna, e aprofundada pelo DP Esportes. "Meu filho trabalha no mercado financeiro e ele tem alguns amigos. E aí nasceu uma empresa de energia querendo entrar no mercado da SAF. Eu levei eles para duas reuniões com o presidente Antônio, com presenças até oficiais, mas eles não deram nem atenção ao projeto. Não mostraram interesse numa coisa tão importante", falou Zé Neves em entrevista ao DP Esportes.
Ainda de acordo com o ex-mandatário, ao receber acenos negativos do Santa, os investidores procuraram os rivais, Sport e Náutico. "Eu liguei para Diógenes (Braga, presidente do Náutico). Eles não gostaram do projeto. No Sport, eu não em que medida está, quem pode falar melhor são os representas, mas as conversas acabaram andando, pelo que eu soube, e está em 'Stand By'."
RESPOSTA DO SANTA
o presidente Antônio Luiz Neto refutou as acusações de Zé Neves e disse que o clube está aberto, inclusive, confirmando as negociações.
ASSEMBLEIA
Desde o ano passado, após uma Assembleia Geral Ordinária (RGO), todas as decisões do modelo Clube Empresa passariam exclusivamente pelo gabinete da presidência, fazendo da Cobra Coral o único clube do Brasil onde os sócios e os conselheiros não têm direito a voto no caso SAF.
No último abril, o Conselho Deliberativo, por mais direito de opinar, convocou, para 17 de junho, uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para dar mais poderes aos membros do órgão. Segundo Marino Abreu, em entrevista também ao Diario, a convocação atende ao Estatuto do Clube.
"É importante para que tudo não dependa apenas do Executivo. E como eu sempre falo, fico muito feliz quando os instrumentos democráticos em qualquer esfera da nossa sociedade. No clube, isso são os conselheiros se mobilizando para tentar corrigir uma deficiência do Estatuto, onde só o Executivo tem autorização para vender a SAF", falou, à época.
A reportagem tentou contato com Antônio Luiz Neto para ouvir a versão do Executivo, mas não obteve sucesso até a última atualização desta matéria. A linha segue aberta, assim como para os representantes de outros clubes.