Três jogos do Sport não chegaram a mil pessoas na Ilha. (Foto: Paulo Paiva/DP Foto)
O confronto do Sport diante do Afogados foi marcado por conta da Ilha do Retiro não possuir condições de receber a torcida, mesmo com o Governo de Pernambuco reduzindo a capacidade para apenas 500 torcedores. O lado positivo de mandar uma partida com os portões fechados é a diminuição do prejuízo que o clube vinha tendo para realizar a abertura do estádio para receber os seus torcedores.
Vale lembrar que o Corpo de Bombeiros decretou que os três principais estádios do Recife (Ilha do Retiro, Arruda e Aflitos) não possuem condições de receber público em seus jogos e os três clubes estão trabalhando para conseguir os alvarás para poder voltar a receber os torcedores em seus jogos.
Em entrevista para Jorge Soares, da Rádio Clube, o presidente do Sport, Yuri Romão, revelou que o Leão vinha sofrendo prejuízos financeiros a cada jogo por conta do alto custo que o clube tem que arcar para simplesmente abrir o estádio para receber o público.
“Abrir a Ilha do Retiro para um jogo e colocar o Sport com a torcida custa em média R$ 50 mil, variando para mais ou para menos. Abrir o estádio para 3 mil pessoas, como estava sendo antes no último decreto, já era algo que dava prejuízo. Então, a conta que se faz é que é muito melhor, do ponto de vista financeiro, jogar de portões fechados”, disse Yuri Romão.
“Óbvio que os nossos atletas e o professor Florentín nos pedem muito para que tenha público, porque eles gostam muito do torcedor e a gente faz o esforço financeiro. Agora, em relação ao último decreto que reduz para 500 pessoas, eu acho um exagero. Embora eu acho que o governo do estado de Pernambuco tenha acertado na maioria das vezes que decidiram seus protocolos, mas 500 pessoas em um estádio enorme como a Ilha do Retiro, Arruda e Aflitos, assim como a própria Arena, isso é um exagero”, completou.
Até o momento, o Sport realizou cinco partidas com o público sendo mandante do confronto. Em quatro desses jogos, o clube sofreu um grande prejuízo se baseando no valor revelado pelo presidente rubro-negro. Contra o Sete de Setembro, Vera Cruz, Sousa e Caruaru City, o Leão faturou R$ 56,095.00 mil e em cada confronto, o Leão teve que pagar R$ 50 mil, totalizando R$ 200 mil de custos e um prejuízo aproximado de R$ 143.905,00.
“O único jogo que a gente empatou, no ponto de vista financeiro, foi contra o Náutico pela Copa do Nordeste. Os restantes só prejuízo. O jogo contra o Vera Cruz a gente arrecadou R$ 16 mil e o custo foi de R$ 58 mil”, garantiu o mandatário.
Além do custo com a abertura do estádio, o Sport também estava arcando com o custo operacional para a testagem da Covid-19 que é obrigatório para a entrada do público nos eventos esportivos. Por isso, o presidente Yuri Romão vê a decisão do governo de redução de público para 500 pessoas como exagerada.
“O protocolo que a gente faz para a entrada do público nos estádios, são protocolos sérios. Colocamos a equipe de testagem das 8 horas da manhã até a hora do jogo. Não entra no estádio sem o comprovante de testagem. Ou seja, você não vê que teve um surto de Covid-19 depois de um jogo. É um contrassenso eu passar na Agamenon Magalhães e ter um ônibus lotado com 50 ou mais pessoas em um espaço extremamente reduzido”, encerrou Yuri Romão.
O planejamento da diretoria do Sport no início da temporada era ter uma média de 8 mil torcedores nos jogos do primeiro semestre. Cenário que não aconteceu em nenhum momento. A partida com maior número de público até aqui foi no Clássico dos Clássicos contra o Náutico, onde 2.383 mil pessoas estiveram presentes na Ilha do Retiro.