Sport campeão da Copa do Brasil: 15 anos do histórico título
Neste domingo, 11 de junho de 2023, o Leão comemora 15 anos da conquista da Copa do Brasil de 2008 e, a convite do Diario de Pernambuco, Carlinhos Bala relembra título inesquecível
Carlinhos Bala ergue as mãos para o céu: a profecia se cumpriu (Foto: Alexandre Gondim/Acervo DP)
“Quinze anos já?”. Com passo acelerado, assim como era seu estilo de jogo, Carlinhos Bala fez essa reflexão enquanto percorria o trajeto da sede social do Sport até o gramado da Ilha do Retiro. A pedido do Diario de Pernambuco, o ex-atacante voltou ao palco onde viveu uma das maiores glórias na sua vitoriosa carreira. Há 15 anos, foi dele um dos gols da vitória do Sport por 2 a 0 sobre o Corinthians em uma Ilha do Retiro abarrotada de rubro-negros, que soltaram o grito de “campeão da Copa do Brasil” naquele 11 de junho de 2008!
Carlinhos Bala foi um dos protagonistas da conquista do Leão, que tinha um time muito bem encaixado pelo técnico Nelsinho Baptista. O goleiro Magrão, o zagueiro Durval, o lateral-esquerdo Dutra, os volantes Sandro Goiano e Daniel Paulista e o meia Romerito eram outros pilares daquela equipe que todo rubro-negro lembra bem. Time que derrubou, um por um, os gigantes Palmeiras, Internacional, Vasco e Corinthians – Imperatriz (MA) e Brasiliense também ficaram pelo caminho.
“Você estava levando o peso do Nordeste. Não apenas o Sport que estava decidindo a Copa do Brasil. Era o Nordeste! Passa um filme na sua cabeça, de tudo o que você passou na carreira. Mas graças a Deus deu tudo certo para a gente e a torcida, que deu muita força para aquele time, que não tinha nenhuma estrela, mas encaixou com o comando de Nelsinho Baptista”, disse Carlinhos Bala.
Vale a pena reforçar que o Sport segue ainda como o único time do Nordeste a ter conquistado a Copa do Brasil.
TRAJETÓRIA
A trajetória começou com um empate por 2 a 2 com o Imperatriz, no Maranhão. Depois de golear o adversário na Ilha, o Leão despachou também o Brasiliense na 2ª fase. Aí começou uma sequência impressionante de grandes jogos e resultados. Nas oitavas de final, diante do Palmeiras de Vanderlei Luxemburgo, empate por 0 a 0 em São Paulo e goleada por 4x1 na Ilha, com show de Romerito, autor de três gols, e um petardo de Dutra. O Leão passou a ser olhado de outra maneira.
Nas quartas de final, outro grande adversário pela frente, o Internacional, de Nilmar, Fernandão e outras estrelas. A derrota por 1 a 0 no Beira Rio deixou a torcida ressabiada. Mas na Ilha, a história foi recontada. Os gols de Leandro Machado, Roger e Durval, de falta da intermediária, explodiram o estádio de alegria.
Na Ilha, Bala relembrou grandes momentos de 15 anos atrás (Foto: Taylinne Barret/DP Foto)
Hora de pegar o Vasco, de Edmundo. O primeiro jogo, desta vez, foi na Ilha. Outra excepcional atuação e vitória por 2 a 0. Mas em São Januário, o cruzmaltino devolveu o placar, forçando os pênaltis. Aí, com direito até gol de Magrão, o Leão fez 5 a 4 – a última cobrança foi justamente de Bala.
A final é outro capítulo à parte. O Corinthians fez 3 a 0 e já sentia o sabor do título, mas Enilton, aos 46 minutos do segundo tempo, fez o gol de honra: 3 a 1. Foi aí que Bala teve papel decisivo também no lado psicológico, ao afirmar que tinha sido “o gol do título”.
“Essa profecia da Carlinhos Bala passou muita confiança para nós torcedores”, afirmou o compositor Rogério Andrade, autor da música “Ninguém segura o Sport”, que embala as conquistas do clube des 1975.
Rogério Andrade, músico e torcedor do Sport, estava na final contra o Corinthians (Foto: Taylline Barret/ DP Foto)
Presidente do Leão na conquista, Milton Bivar reforçou a importância do discurso do ex-atacante rubro-negro. "Após a fala de Bala, voltamos para Recife e alguns jornalistas quiseram levar na gozação. Mas levamos aquilo quase como um dogma e encaramos como o gol do título mesmo. Acreditamos até o fim e conquistamos esse título épico para o Sport, que parece que foi ontem", destacou Milton.
As palavras de Bala se cumpriram naquela noite de 11 de junho de 2008. A Ilha do Retiro já tinha virado Bombonilha, em alusão ao temido estádio do Boca Juniors, a Bombonera. E aos gritos ensurdecedores de cazá cazá, o Sport fez 2 a 0, gols de Bala e Luciano Henrique, colocando a segunda estrela dourada no peito.
Durval ergue a taça após vitória por 2 a 0 sobre o Corinthians (Foto: Alexandre Gondim/Acervo DP)