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BALANÇO

Sport: Em exclusiva, Yuri Romão faz balanço da sua gestão, indica modelo de SAF e abre caixa preta sobre Mariano Soso

Presidente também detalhou ao colunista do DP Beto Lago como o retrofit irá melhorar o caixa do clube

postado em 01/11/2024 14:30 / atualizado em 02/11/2024 07:51

<i>(Foto: ARNALDO SETE/Arquivo DP)</i>
Prestes a encerrar o seu primeiro mandato completo como presidente do Sport, Yuri Romão concedeu entrevista exclusiva ao colunista do Diario de Pernambuco, Beto Lago, em seu canal no YouTube.
 
Entre os assuntos abordados pelo chefe do executivo rubro-negro, um balanço sobre a sua gestão, a recuperação da credibilidade do Leão, SAF e, claro, futebol. Confira abaixo os principais pontos da conversa.
 
ANÁLISE DA GESTÃO
A gente chega com muita felicidade a este momento. As entregas que prometemos ao longo da campanha, todas aconteceram. Ainda não sacramentou, mas a principal delas é a desportiva, com a nossa volta para a Série A. Estamos numa situação que só depende da gente nestes últimos quatro jogos. O clube hoje está preparado para este novo momento que foi inaugurado no futebol do Brasil, com esta onda de profissionalização e mais recursos entrando no caixa. Hoje o Sport está preparado pra isso. Em dois anos de gestão, a gente traçou um objetivo muito claro de reestruturação do clube. A torcida pode não ter entendido o fato de as vezes a gente não ousar no campo, mas o cobertor é curto. Optamos por olhar para o futuro do clube, reestruturar de maneira sustentável, para que deixe a gente fique mais confortável financeiramente e administrativamente.
 
CREDIBILIDADE NO MERCADO
<i>(Foto: ARNALDO SETE/Arquivo DP)</i>
Pra se ter sucesso esportivo, é preciso que o clube esteja muito organizado pra poder ter poder de compra. Nós quitamos as dívidas que tínhamos com empresários de atletas, que eram as maiores, e impediam que eles quisessem trazer os seus atletas para cá. Ou seja, na hora que fazíamos uma proposta, sempre ficávamos nas últimas opções dos jogadores por estes motivos. Hoje não é mais assim. Hoje há uma preferência pelo nosso clube. Houve quatro atletas que tinham propostas da Série A e optaram por vir para o Sport. E não é porque aqui eles iam ganhar mais, é porque viram a seriedade do nosso trabalho e que cumpríamos o que prometíamos. Muitos torcedores nos criticaram pela demora para anunciar reforços. Não é que estávamos demorando, é que o empresário preferia mandar seu jogador pra um clube que não atrasasse salário, que fizesse o repasse certo aos empresários. Hoje isso mudou.
 
 
MODELO DA SAF
Hoje a SAF do Sport não é mais por necessidade, mas por estratégia, pra fazer frente a investimentos que precisam ser feitos. Nos moldes que vemos hoje no futebol brasileiros, as SAFs chegam e "tomam de assalto" o futebol do clube. No modelo estratégico que estamos pensando pro Sport, não. Nós temos um CT com uma baita estrutura, um clube organizado, uma torcida gigante. Então, tem que ser uma aliança estratégica entre o investidor e o clube, em prol de um objetivo. Todos saem ganhando.
 
2025: O ANO DA SAF 
Vai ser um ano crucial porque podemos começar a negociar isso (a SAF). Negociar as cotas com um investidor, um acordo de acionistas entre as partes, isso é difícil. Hoje nós temos uma vantagem em relação a maioria dos clubes da região, que são as contas em dia. Quando o investidor chega para fundir a sua empresa com o clube, eles pedem uma série de documentos e certidões. Tudo isso nós já temos. Não foi fácil. Pra chegarmos a este nível de organização, foram dois anos de muito trabalho e dedicação. Agora nós vamos gastar mais tempo para avaliar qual o melhor modelo, o valor do investimento e os objetivos a serem traçados.
 
 
ILHA MAIS SUSTENTÁVEL
<i>(Foto: DIVULGAÇÃO)</i>
Hoje o terreno da Ilha do Retiro é custoso pro Sport. Hoje, nossa única receita com o terreno são nos dias de jogos e ainda assim é muito pequena frente aos custos que temos. Como você consegue mudar estes panoramas? Fazendo investimentos. É uma área nobre e o Recife carece de equipamentos para feiras. Nós teremos a oportunidade de tornar o terreno rentável para o clube. É preciso dar sustentabilidade futura ao clube. Quando chega uma SAF, eles só entram no futebol. E o resto do clube? Os esportes olímpicos, a parte administrativa, ficam como? Nós temos um baita terreno e que pode nos trazer receita.  
 
LISCA
"Ele precisa procurar um profissional. Não é um negócio normal. Não me dirigi a ele, não falei. Ele não merece nenhuma reflexão nossa sobre o assunto". 
 
SAÍDA DE MARIANO SOSO
Primeiramente, preciso deixar claro que foi uma decisão colegiada, não partiu do presidente ou de um diretor. O motivo foi a falta de convicção no trabalho. Ele é um profissional correto, trabalhador. Não temos nada o que falar da pessoa do Soso. Existia uma deficiência defensiva. Nós chegávamos com seis homens no ataque, mas não tinha quem defendesse, então tomamos muitos gols. Tinha um espaçamento muito grande no meio de campo. Nós conversamos, afinal, ele era muito aberto a isso, mas não houve uma melhora. Percebemos que não há uma filosofia de se treinar defensivamente entre os técnicos argentinos e até uruguaios. Pouco treinamento de bola parada também, defensiva e ofensiva. Avaliamos e percebemos que não valia a pena insistir.