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MANGA

Manga: o goleiro que não utilizava luvas, por não sentir confiança

Goleiro tinha diversos dedos tortos, devido as lesões sofridas durante sua carreira

postado em 08/04/2025 13:30 / atualizado em 08/04/2025 16:07

Por Lucas Valle:

<i>(Foto: Arquivo/DP)</i>
Nesta terça-feira (08), o ex-goleiro Manga, morreu devido a um câncer de próstata. O guarda-redes, ídolo de Sport, Botafogo e Internacional, que ficou conhecido por um detalhe meio incomum para a sua posição, o goleiro atuava sem luvas, mesmo na época em que as bolas eram de couro.

Manga iniciou sua carreira profissional no Sport, após ser descoberto por Capuano, olheiro do clube, ainda em 1954. No mesmo ano, com apenas 17 anos, conquistou o Campeonato Pernambucano Juvenil sem sofrer um único gol, um feito que já mostrava o tamanho da promessa. Já em 1956, com a lesão do titular Osvaldo Baliza durante uma partida internacional, o jovem Manga teve sua primeira grande chance na equipe principal. 
 
Entre os anos de 1955 e 1974, Manga defendeu clubes como Sport, Botafogo, Internacional, Nacional-URU, Coritiba, Grêmio, Operário-MS e Barcelona de Guayaquil, acumulando títulos como a conquista do Campeonato Brasileiro de 1975 pelo Internacional, o tricampeonato Pernambucano pelo Sport, os quatro títulos cariocas com o Botafogo, entre outros. 

<i>(Foto: Arquivo/DP)</i>
O que mais chamava atenção, além das incríveis defesas, era sua preferência por jogar sem o equipamento de proteção “básico” dos goleiros, a luva. A falta de cuidado, trouxe consequências duras ao ex-atleta, como: diversos dedos quebrados, fraturas que não saravam completamente e mãos deformadas.
 
“As pessoas me conhecem pela mão quebrada. Quando estou na rua, olham a mão e perguntam: 'É o Manga?'. Eu respondo: 'Sim, por quê?'. Falam: 'Pela mão quebrada’ “ disse Manga em entrevista ao UOL, em 2022.
 
Com o pouco tempo de diferença entre as partidas, o ex-goleiro ia para os confrontos com lesões mal curadas. Em entrevista a UOL, em 2022, afirmou:
”O dedo ficava muito gordo. O doutor metia a agulha e tirava o sangue. E daí, enrolava com algodão e esparadrapo. Eu entrava no campo e seguia. Foi assim em todos os lugares. (...) Depois que terminavam os 90 minutos, o médico colocava uma tala de gesso por uma semana. Então, dependia se viria uma partida difícil. Com jogo difícil, eu tirava no sábado, treinava. Ainda ficava meio inflamado. Aí colocava o algodão com a gaze. Assim foi minha vida.”

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