
Ainda que não balance as redes há mais de dois meses, Love ainda é o vice-artilheiro do campeonato com 10 gols, dois a menos que Gustavo Coutinho, do Atlético-GO.
Paralelamente ao jejum de gols do seu centroavante, o nível da performance do Leão também caiu, apesar de o time ainda se manter no G4 da competição. O EsportesDP comparou os cenários de turno e returno (período que coincide com a seca de Vagner Love).
Aproveitamento
- 1º turno – 61,4%
- 2º turno – 57,6%
O Sport encerrou o primeiro turno na quarta posição, com 35 pontos conquistados em 57 disputados, resultando em um aproveitamento de 61,4%. Foram 10 vitórias, cinco empates e quatro derrotas em 19 jogos.
A partir do returno, esse aproveitamento foi pouco afetado, caindo menos de 4% de um cenário para o outro. No returno, são 19 pontos conquistados em 33 disputados, com uma campanha de cinco vitórias, quatro empates e duas derrotas (57,6%).
Sob esse aspecto, a seca de Vagner Love não teve tanta influência negativa.
Gols marcados e sofridos
- 1º turno – 29 gols pró (1,52 de média) | 17 gols contra (0,89 de média)
- 2º turno – 17 gols pró (1,54 de média) | 11 gols contra (1 de média)
Este, talvez, seja o recorte que mais surpreenda ao analisarmos os dois momentos. O fato de Vagner Love entrar em uma seca de gols não prejudicou o ataque do Sport como um todo. A grosso modo, a equipe apenas ‘distribuiu’ os tentos entre outros atletas da equipe. Dentre os marcadores, destacam-se Jorginho e Ronaldo Henrique, com quatro gols cada.
O maior impacto negativo do recorte foi no setor defensivo. Pilar da equipe nas últimas temporadas, o Leão piorou sua média de gols tomados.
Que valha salientar, o zagueiro e capitão Rafael Thyere desfalcou o Sport em algumas ocasiões. As laterais também passaram a dar dor de cabeça ao técnico Enderson Moreira, o que pode explicar a sensível piora no setor.
Então, o que mudou, afinal de contas?
Se o ataque não piorou, o desempenho não foi fortemente influenciado pelo jejum, o que teria feito o Sport ter seu acesso ameaçado? A resposta é simples: o desempenho dos concorrentes.
Se, ao final do primeiro turno, apenas três equipes (fora o Sport), apresentaram aproveitamento superior a 60%, no returno são cinco.
Além disso, o percentual de aproveitamento destas equipes também é superior ao do primeiro turno. A melhor campanha na metade inicial do campeonato era do Vitória, com 64,9% de aproveitamento. Hoje, Atlético-GO e Juventude atingem impressionantes 69,7%.
Todo esse cenário resulta em um ponto de corte maior para conseguir o acesso à Série A. Se, tradicionalmente, o número mágico é 65 pontos (por vezes, 62 ou 63), a expectativa é que seja necessário um número próximo aos 68 pontos para subir de divisão.