Errei. Eita palavrinha difícil de ser dita por quem faz futebol. E não importa se é dentro ou fora dos gramados. Para o mundo da bola, o gesto de pedir desculpas pode parecer um comportamento vergonhoso, que acabaria com sua própria imagem. Até nós, da crônica esportiva, temos dificuldades para dizer que erramos. Sempre fiz questão de me policiar em relação a isso: quando erro, peço desculpas! Por isso que estanho que até hoje, três dias após o jogo contra o Vitória/BA, ainda não tivemos um gesto da diretoria do Sport em reconhecer suas falhas, principalmente no planejamento do time no returno do Brasileiro, quando tivemos a queda absurda de rendimento. Como capitão, o zagueiro Rafael Thyere fez questão de se desculpar. Do seu jeito, até o técnico Enderson Moreira também falou sobre isso. Os erros foram gritantes nesta segunda parte da Série B.
Após a derrota do Ituano na Ilha pra cá, dia 25 de agosto, o time desandou de um jeito que ninguém esperava acontecer. Foram outros 12 jogos e apenas duas vitórias, ambas em casa, e outros quatro empates. Porém, os problemas eram claros. Em algum momento, neste período, a diretoria de futebol deveria ter enxergado que Enderson Moreira deveria ter sido demitido. Que as reposições feitas na segunda janela não foram satisfatórias. Que não deveria ter permitido o fatídico pronunciamento dos atletas, que colocaram Vágner Love contra a torcida. E outros fatos que se juntam a esse momento horrível do Leão. Faltou firmeza. Faltou pulso forte. Faltou coragem. Dos dois lados. Antes favorito ao acesso. Hoje, o Sport chega como azarão. Hora de reconhecer os erros e começar o processo de correção, que parte de um melhor planejamento para 2024.
Não entendi
A diretoria do Sport ainda acredita no acesso. Agora, qual o motivo de colocar César Lucena, que tem uma enorme rejeição junto à torcida, para comandar o time no sábado? Não seria mais inteligente colocar o Thiago Larghi, que já está na casa, para fugir de qualquer pressão?
Forçando
Depois da partida contra o Atlético/GO, Enderson Moreira fez de tudo para ser expulso pelo árbitro, tirando ele do banco para o jogo contra o Atlético/GO, na Ilha. Não conseguiu. Após a derrota para o Vitória/BA, a coletiva foi quase que um pedido: “quero ser demitido”. Saiu do clube e não viverá a pressão dos torcedores, sábado, contra o Sampaio Corrêa.
Sinal de alerta
Após o empate em 3x3 com o Criciúma, na Ilha, Enderson Moreira demorou para ir na coletiva. A imprensa esperou 1h30. Nenhum dirigente confirma que houve a entrega do cargo pelo treinador. Aquele seria o momento ideal para a troca de comando. Foi o sinal que acabou não sendo visto pelo futebol do Sport.
Os dois lados
Como pode o Brasil ser uma potência nos Jogos Parapan e Paralímpicos, e termos um tratamento tão desigual e sem respeito com os PCDs no nosso dia a dia?
